quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

...correr e ajoelhar...



Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» (Mt 10,17)

Senhor,
No caminho que percorro,
Corro para Ti,
Procuro a Tua paz,
Desejo a Tua presença.

Mas sei, Senhor,
Que os meus passos são débeis,
A minha procura está inundada de dúvidas
E desejo outras coisas além de Ti…


Senhor,
Na busca de mim mesma,
Ajoelho diante de Ti,
Adoro no silêncio,
Saboreio o Teu mistério.

Mas sei, Senhor,
Que me custa ajoelhar com verdade,
Porque adoro outros deuses
E nem sempre tenho fome de Ti.


Senhor,
Bom Mestre,
Nas perguntas que coloco,
Descubro a brisa do Teu Espírito
Como resposta e convite.

Mas sei, Senhor,
Que os ruídos me distraem
E é pouca a coragem
Para dizer Sim...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Não têm...



Senhor,
Nas bodas da nossa vida,
Deixa que me intrometa na tua “hora”,
Pois não consigo calar
O grito do mundo
Que, mesmo sem saber,
Tem falta de Ti.

Não têm vinho, Senhor,
Não temos vinho…
Falta-nos a alegria de viver.
As vasilhas da nossa esperança estão vazias,
E teimamos em enchê-las com enganos
E falsas seguranças.

Não têm pão, Senhor,
Não temos pão…
Falta-nos a certeza do amor.
Estamos sós nas bodas da vida,
Porque teimamos e não abraçamos,
Porque rejeitamos e não acolhemos,
Porque pisamos e não levantamos.

Não têm água, Senhor,
Não temos água…
Falta-nos a experiência do perdão,
Da pureza, da mansidão, do belo, da magia da vida…
Tudo o que temos não nos basta
Porque não te temos a Ti…

sábado, 2 de janeiro de 2010

Palhas de Belém



Cheia de curiosidade por saber que tipo de palha envolveu o Menino naquela noite especial, decidi fazer um estudo científico bastante aprofundado.
O estudo consistiu numa análise aos tecidos vegetais que estiveram mais perto do corpo do Menino Jesus, de forma a identificar os elementos nutrientes existentes numa amostra de palha do presépio.
Comecei por fazer uma colheita do material em causa: Triticum aestivum, tecidos vegetais existentes na manjedoura naquela noite.
Após a recolha do material, procedeu-se à sua secagem. A amostra depois de seca foi moída, mineralizada, ou seja, transformada numa solução para posterior observação das reacções aos reagentes utilizados na análise.
Com a ajuda de um espectrofotómetro observámos a intensidade da cor que se desenvolveu a partir das reacções químicas provocadas, de forma a identificar os elementos nutrientes existentes na colheita.
Também recorrendo à tecnologia de absorção atómica, ionizando os átomos existentes no material analisado e medindo o número de choques ocorridos, pudemos identificar os elementos nutrientes existentes bem como a sua concentração.
Após este estudo pormenorizado, apresento os resultados observados no estudo.


Foram encontrados muitos elementos de SIMPLICIDADE, que envolveram o nascimento de Jesus Cristo. É um forte apelo a um estilo de vida simples, sem nos deixarmos influenciar demais pelo consumismo e pela vã necessidade de ser mais que os outros.


Foram também encontrados vários elementos nutrientes de PAZ. É uma aposta de todos os dias. Tem que ser sentida por nós próprios, para depois chegar aos outros. Tem de basear-se no diálogo, na justiça e no respeito pelo outro, seja ele quem for.


Abundavam também nas palhinhas de Jesus, elementos de AMOR, que implica sacrifício, doação, sofrimento, luta, tolerância, aceitação da diferença e solidariedade. O Amor é dar, dar-se e aceitar correr riscos. O Amor faz milagres quando nos empenhamos a sério.


Detectaram-se também bastantes elementos de fraternidade, sentido de FAMÍLIA. A Família é um pilar fundamental da sociedade. O Natal é a festa ideal para reunir a família e viver a alegria do convívio e da partilha.

Durante o estudo, recolhemos ainda muitos elementos de ALEGRIA nas palhinhas analisadas. A alegria é o fruto do acolhimento desinteressado; é a consequência de um coração aberto para a novidade e para a contemplação e não para a crítica.

Notavam-se também, e de forma muito frequente, elementos nutrientes de ESPERANÇA, certeza daqueles que acreditam que o amor tudo vence. Quem vive da esperança, tem o olhar sempre mais longe que o pessimista e uns passos sempre mais largos que um preguiçoso.

Foram ainda observados inúmeros elementos de GENEROSIDADE, que se desenvolvem sobretudo nas pessoas agradecidas e abertas ao serviço desinteressado. A generosidade é a mão de um coração disponível.

Sabe-se que há ainda muitos mais elementos nutrientes a detectar, mas estes anos de estudo não permitiram mais observações e análises, pelo que fica o convite para quem quiser continuar este estudo. Tenho na minha posse parte da amostra que referenciei. Poderei cedê-la para ser feito um aprofundamento deste estudo científico.