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quinta-feira, 19 de março de 2015

V Domingo Quaresma B


Evangelho segundo S. João 12, 20-33
Naquele tempo alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus». Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O». A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou». Disse Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa. Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo. E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim». Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.

Caros amigos e amigas, chegou a hora de estar com Jesus, seguindo-o no maior milagre de Amor!

Interpelações da Palavra
Queremos ver Jesus…
Uns gregos, gente estrangeira, grita com entusiasmo: “queremos!” Verbo tremendo que congrega a vontade, a determinação, a obstinação. Talvez fosse gente habituada a perscrutar o céu e, de coração sincero e ardente, no desejo de um encontro que sacia a vida e não apenas a aprendizagem de uma ideia, doutrina ou mandamento, ambiciona encontrar, conhecer, estar com Jesus. Talvez fosse gente ávida por enamorar-se completamente, até os próprios sonhos se confundirem com os do Céu! Quem nos dera desejar também o Céu, deste modo obstinado…
Bem-aventurados Filipe e André, de ontem e de hoje, capazes de demonstrar ao mundo que é possível caminhar, ver e encontrar o Senhor da história!

O caminho secreto do Evangelho
A resposta de Jesus aponta para a hora cruz, onde se manifesta a beleza do amor e a glória de Deus. Como o grão, abandonado às entranhas da terra, após o inverno, brota, se torna planta, espiga, multitude de grão até ser possível o pão, assim é o caminho de Jesus. A atenção do Mestre não está no morrer, mas na fecundidade do fruto. A sua glória não é a morte, mas a vida, multiplicada e ressuscitada. Talvez a nossa religiosidade lúgubre se centre na renúncia e na mortificação, porque não descobriu a beleza da dádiva, a primavera do grão, a fecundidade do amor.
Ainda hoje Deus continua a imergir na discrição da nossa história, por mais escura e triste que seja. Como o grão, semeado na aridez, enterrado no silêncio, distante do clamor e visibilidade dos aplausos, Ele traz consigo a potência de uma vida nova. Semeado em mim, o Filho de Deus é vulcão da existência, fermento de pão e abraços, para que a solidão seja vencida pela comunhão, o silêncio pela palavra, o esquecimento pela presença. Deus sabe que a dinâmica do dom, espiral de vida, mesmo esquecida e soterrada, a seu tempo produzirá bela flor e saboroso fruto.

A profecia da cruz
O grão de trigo, cinco pães e dois peixes, duas moedas da viúva… quase nada no oceano da humanidade! E este “quase nada” nas mãos de Deus torna-se fermento de multiplicação, dilatação de vida, antecipação da ressurreição.

Como são belas as espigas que escalam o céu, caules dançantes ao som do vento, pétalas acariciadas pelo sol… Diante delas esquecemos o frio do inverno, o odor putrefacto da decomposição da semente, a sujidade do húmus… Perante aquele homem nu e morto na cruz, exibido como criminoso, também nós facilmente esquecemos que Jesus é o poema de amor que Deus dedica a cada um de nós, que para não ficarmos sós o amor teve de morrer, e que a cruz é profecia da primavera! Acreditar no Evangelho é ver já a espiga doirada de grão onde todos os outros apenas adivinham o falecimento e a decomposição. O alto do calvário, caros amigos e amigas, é o único lugar onde marcam um encontro para eternamente se abraçar a história do homem e o Evangelho.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor, porque é que quando digo que te quero ver, tu me falas em terra e em morte?
Hoje percebo que a tua beleza não é aquela, plana, das estampas devotas,
a tua beleza cresce de um amor que morre para germinar, no desígnio de me dar de comer.
Hoje sei que o Pai marcou uma hora em que te semeias no íntimo do mundo e de mim…
Tu ensinas-me a desencarcerar a vida, a desvelar o sonho de crescer, a escalar o céu!
Será hoje que confirmo na minha agenda a hora de aceitar o teu abraço escancarado na Cruz!

Viver a Palavra

Como Jesus, quero semear a minha vida para que se torne pão para os irmãos. 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

XXXI Domingo Comum A


Comemoração de todos os fiéis defuntos

Evangelho segundo S. João 11, 21-27
Naquele tempo, disse Marta a Jesus: «Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas eu sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Ele To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim nunca morrerá. Acreditas nisto?». Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo».

Caros amigos e caras amigas, neste Domingo em que celebramos os defuntos, os cemitérios acolhem multidões, as flores preenchem as campas, o silêncio e o clima outonal são tristes. É dura e incompreensível a irmã morte! Portanto, hoje, Jesus convida-nos à liturgia da vida.

Interpelações da Palavra

«Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido»
É este também o grito de escândalo com que repreendemos Deus quando conhecemos a morte, na separação das pessoas amadas. O gemido de Marta prolonga o nosso soluço: Senhor, porque não escutaste o meu desespero? Porque és tão indiferente à doença e à morte? Se estivesses aqui talvez a dor das tuas lágrimas se pudessem misturar à minha mágoa e terias feito algo! Talvez não reconheçamos a sua presença silenciosa, mas não com a dispensa da morte, porque para Ele o maior bem não é uma vida centenária, mas é viver já uma vida de ressuscitados.

«Eu sou a ressurreição e a vida»
Estas são talvez as palavras mais importantes do Evangelho, palavras grávidas de vida, palavras já presentes e não apenas realizáveis num futuro distante e enevoado. Sim, é hoje que somos assediados pela ressurreição! É Cristo o lugar da ressurreição! É Ele a semente de eternidade que Deus lançou no coração da humanidade!
Mesmo se alguns apostam tudo na escuridão, no vazio para além da morte, na inutilidade das cinzas e do pó com que fomos feitos, Deus aposta hoje na vida, na fecundidade, nos laços que nem a eternidade poderá separar. Sim, Deus acredita em mim, acredita que a beleza que eu teço agora jamais será desfeita, acredita que a ressurreição que hoje eu semeio será amanhã um campo florido, acredita que a morte não tem a última palavra porque Ele já antes a venceu, destruiu, aniquilou. Sim, na memória de Deus, a morte foi vencida e derrotada. Ainda que passem três dias ou trinta anos, o amor de Deus é inimigo do esquecimento, porque mais forte do que a morte é Alguém, é o Amor! E o amor de Deus é a força da ressurreição!
A morte pode sepultar a pessoa, impedi-la de ser e de viver, enterrá-la no esquecimento, mas não impedirá os laços indestrutíveis de amor que nos ligam a Deus. Para Ele não existe um sepulcro do qual não se possa sair, não há túmulo tão profundo que não possa ser violado, nem ninguém é cadáver putrefacto que não possa renascer de novo, porque para Deus não há morte que não possa ser vencida pelo amor!

Acreditar no amor
A vida eterna não é uma fábula ou um sonho, mas é a vida do Evangelho concreto nos gestos do quotidiano amor. Aqui nada é esquecido: nem um afecto, um copo de água ou o mais pequeno sorriso. Por isso, o Evangelho alerta-nos a ter mais medo de uma vida vazia, inútil e infecunda do que da morte, essa última portagem que ultrapassaremos agarrando-nos fortemente ao coração d’Aquele que nunca nos abandonará.
Quem nos separará do amor de Cristo? Nem anjos nem demónios, nem vida, nem morte, nada nos poderá separar do amor de Deus (S. Paulo). E esta certeza nos basta. Se Deus é amor, Ele vingará a nossa morte. A sua vingança é a ressurreição, um amor nunca separado. Esta é, caros amigos e amigas, a esperança e o amor do Evangelho!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

Senhor, acredito no amor, por isso acredito na vida, porque o amor não deixa morrer a vida!
Acredito que Tu és Amor, por isso acredito que Tu és Vida.
Acredito que me amas, por isso acredito que não me deixarás morrer.
Senhor, acredito que amas os que eu amo, por isso acredito que eles vivem no teu amor.
Senhor, ensina-me a amar como Tu amas para que possa dar vida àqueles que amo.
Senhor, seduz o meu amor, para que te ame de tal modo que sejas sempre vida em mim.

Viver a Palavra

Vou procurar entender a vida e a morte na perspetiva de um Deus que me ama infinitamente. 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

XXIV Domingo Comum A


Evangelho segundo S. João 3, 13-17
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Ninguém subiu ao Céu senão Aquele que desceu do Céu: o Filho do homem. Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele».

Caros amigos e amigas, a Cruz de Cristo é o ícone de um amor levado ao extremo, é a obra prima da beleza de Deus. Cada vez que contemplamos a cruz com olhos de fé, algo da beleza de Deus nos embeleza o ser.

Interpelações da Palavra
Subir e descer ao Céu
Este movimento de subir e descer faz-nos recordar o movimento de circulação do sangue no organismo. Então entendemos o que é o Céu. O Céu não é um canto estanque no universo sideral, no qual Deus se encontra gradeado pela sua majestade intocável, inacessível ao ser humano, o qual pelo contrário se encontra penando neste “vale de lágrimas” esperando a benesse de ser admitido à intimidade com Deus. Geralmente pensamos no Céu como um estado futuro e pensamos em Deus como um morador no longínquo. E afinal o céu é a circulação do amor de Deus, que sobe e desce, que atinge todos os espaços e todos os tempos. Deus é este viajante incansável e hóspede contínuo que estabelece morada no próprio coração do ser humano.
O formato da cruz, com as suas hastes horizontal e vertical, anuncia o pacto de reconciliação entre o céu e a terra, entre o homem e Deus. Não mais o Deus longínquo e inacessível, mas o Deus que estende os braços e rasga o coração. Então, não mais uma humanidade dividida e dispersa, mas reunida e acolhida!

Deus amou tanto o mundo…
Este é o grande retrato de Deus: o amor extremo! E em que tábua Deus podia desenhar melhor a sua imagem senão na Cruz? S. Paulo repreendia os cristãos da Galácia por se deixarem seduzir por outras imagens, depois de confrontados com a suma beleza exposta em Cristo crucificado! É este o único ícone capaz de surpreender e seduzir e o mais requintado bom gosto. É aqui que os olhos da alma se adoçam com a mais fina ternura e os ouvidos da alma escutam a sinfonia mais perfeita do silêncio e do perdão, é aqui que o paladar da alma encontra a doçura da mansidão e o olfacto da alma aspira o mais nobre perfume da entrega sem limites ao Pai e à humanidade, é aqui que o tacto da alma encontra a mais suave textura de uma presença: a do próprio Deus! Não há brilho que se lhe sobreponha, não há outra representação mais cabal do que é Deus frente ao homem, do que é o Homem Novo, Aquele para o qual se encaminha a nossa ambição mais infinita. Jesus denomina-se o “Filho do homem” para indicar que Ele é o resumo do que Deus quer do homem.

A árvore da vida
A árvore é a mais eloquente imagem da Cruz, porque se fala em vida e vida em abundância, quando se fala da Cruz de Cristo. Ela é esta fundura que bebe nas raízes da humanidade, mas sobretudo na seiva do amor eterno do Pai Criador; ela é esta amplitude capaz de estender os braços amantes de Cristo até às mais longínquas securas de afecto e de ternura, ela é esta verdura, este viço sempre aceso capaz de nos infundir esperança, ela nos dá o fruto saboroso de Cristo entregue, ela abre o coração da fonte da eterna sabedoria, o manancial de onde brotam os sacramentos, a fenda por onde podemos entrar no segredo íntimo de Deus; ela é esta altura capaz de nos elevar, como uma escada, até ao Céu. Ela é este eco da misericórdia de Deus que se difunde pelo universo, que pulsa, vivo e quente, no coração da Igreja e nas páginas do Evangelho.

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério

A cruz gloriosa do Senhor ressuscitado é a árvore da minha salvação;
dela me alimento, nela me deleito, nas suas raízes cresço, nos seus ramos me estendo. (…)
Na fome alimento, na sede fonte, na nudez roupagem.
Augusto caminho, minha estrada estreita, escada de Jacob, leito de amor das núpcias do Senhor.
No temor defesa, nas quedas apoio, na vitória a coroa, na luta és o prémio. Árvore da salvação,
pilar do universo, o teu cimo toca os céus e nos teus braços abertos chama-me o amor de Deus.
Hino Litúrgico

Viver a Palavra

Vou olhar a Cruz como a imagem mais cabal da beleza de Deus.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

V Domingo Páscoa A



Evangelho segundo S. João 14, 1-12
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não se perturbe o vosso coração. Se acreditais em Deus, acreditai também em Mim. Em casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse, Eu vos teria dito que vou preparar-vos um lugar? Quando eu for preparar-vos um lugar, virei novamente para vos levar comigo, para que, onde Eu estou, estejais vós também. Para onde Eu vou, conheceis o caminho». Disse-Lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais: como podemos conhecer o caminho?». Respondeu-lhe Jesus: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim. Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes». Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta». Respondeu-lhe Jesus: «Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? Não acreditas que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim? As palavras que Eu vos digo, não as digo por Mim próprio; mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras. Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim; acreditai ao menos pelas minhas obras. Em verdade, em verdade vos digo: quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará obras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai».

Caros amigos e amigas, o Evangelho de hoje contém uma fórmula poderosa para os corações perturbados, um alento para as vidas à procura de rumo e de sentido… o Caminho, a Verdade e a Vida, com o artigo definido, é tudo o que precisamos para nos animar a existência. E nós sabemos como encontra-l’O… temo-l’O!

Interpelações da Palavra
Ser casa
A casa é o lugar onde a vida é mais verdadeira e íntima. A verdadeira casa, é o Coração do Pai, meta anunciada e preparada por Jesus. Ele bem se recordava da casa de Nazaré, das suas cores e perfumes, onde aprendeu os traços da humanidade e as alegrias familiares; da casa de Betânia, lugar da amizade e do repouso; das casas dos amigos, em súplica ou em festa; da casa do cenáculo onde, à volta da mesa, a Vida deu mais vida.
Ser discípulo de Jesus é fazer com que Deus seja presente na nossa casa e vida, é deixar-se acolher pelo amor paterno. Ser Igreja não é ser templo nem museu arqueológico, fechando Deus entre paredes frias e mortas. Ser Igreja é ser casa, ser família, onde se vive e celebra a vida! É estar com Aquele que serena o coração.

“Senhor, não sabemos para onde vais?”
Naquela tarde, Tomé dirige a Jesus o eco da pergunta mais radical da humanidade: para onde vais, Senhor? Qual é o destino da vida? A felicidade terá futuro? Imagino o rosto sorridente de Jesus enquanto repete por dez vezes a resposta: PAI! Porque só o Pai basta! É Ele o destino. É Ele que tem preparado um especial lugar de eternidade no seu coração. É Ele que anseia por cada um de nós. E não apenas amanhã, num futuro imprevisto, mas já agora. Jesus não nos fala de habitações que se prendem a lugares, não é de lugares que Jesus fala, mas de uma pessoa que em permanência nos acolhe.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”

 E para ter acesso ao Pai não há um caminho… é também uma pessoa que se deve percorrer. É a pessoa que arrasta, fascina, encanta, não os conceitos, as ideias ou as “verdades” manipuladas. É Jesus que conduz mais além. Ele é caminho, companheiro de viagem que se estende aos nossos pés para nos conduzir à meta. Ele dá segurança aos passos, alivia a aspereza do terreno, abrevia a distância da casa paterna. É Ele o acesso cheio de vida e de verdade ao Pai. “Quem o vê, vê o Pai”. No rosto humano e visível de Jesus, está em filigrana o rosto invisível do Pai. É também nos nossos traços humanos que Deus se revela. Em cada pessoa existe um fragmento de Deus. A voz, o rosto, o respiro, o coração e os passos de Cristo estão ao alcance de todos, para que Deus possa caminhar junto de cada filho. E isso, caros amigos e amigas, é Evangelho!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor, aprendo contigo a iniciativa do Teu amor por mim.
És Tu quem preparas o espaço do encontro, és Tu quem desejas a aliança comigo,
És Tu quem espera a minha presença, és Tu quem acolhes o meu regresso,
És Tu quem chamas pelo meu nome, és Tu que Te dás incondicionalmente.
Queres-me contigo, levas-me no caminho, ofereces-me a Tua vida…
Tu, és Tu o primeiro, o único, a paz de todo o meu ser que aspira crer.

Viver a Palavra

Vou descobrir obras de Deus no caminho de cada dia, como reflexo da Sua presença.

sábado, 5 de abril de 2014

V Domingo Quaresma A



Evangelho segundo S. João 11, 3-7.17.20-27.33b-45
Naquele tempo, as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: «Senhor, o teu amigo está doente». Ouvindo isto, Jesus disse: «Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por ela seja glorificado o Filho do homem». Jesus era amigo de Marta, de sua irmã e de Lázaro. Entretanto, depois de ouvir dizer que ele estava doente, ficou ainda dois dias no local onde Se encontrava. Depois disse aos discípulos: «Vamos de novo para a Judeia». Ao chegar lá, Jesus encontrou o amigo sepultado havia quatro dias. Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro, enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim nunca morrerá. Acreditas nisto?». Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo». Jesus comoveu-Se profundamente e perturbou-Se. Depois perguntou: «Onde o pusestes?». Responderam-Lhe: «Vem ver, Senhor». E Jesus chorou. Diziam então os judeus: «Vede como era seu amigo». Mas alguns deles observaram: «Então Ele, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito que este homem não morresse?». Entretanto, Jesus, intimamente comovido, chegou ao túmulo. Era uma gruta, com uma pedra posta à entrada. Disse Jesus: «Tirai a pedra». Respondeu Marta, irmã do morto: «Já cheira mal, Senhor, pois morreu há quatro dias». Disse Jesus: «Eu não te disse que, se acreditasses, verias a glória de Deus?». Tiraram então a pedra. Jesus, levantando os olhos ao Céu, disse: «Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas falei assim por causa da multidão que nos cerca, para acreditarem que Tu Me enviaste». Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, sai para fora». O morto saiu, de mãos e pés enfaixados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Disse-lhes Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir». Então muitos judeus, que tinham ido visitar Maria, ao verem o que Jesus fizera, acreditaram n’Ele».

Caros amigos e amigas, se neste Evangelho é narrada a dilaceração provocada pela morte, mais ainda é manifestada toda a potência do amor e da ressurreição! Jesus é a ressurreição e a vida!

Interpelações da Palavra
Se tivesses estado aqui!
Na casa de Betânia estão agora presentes sinais de morte e desilusão. Lázaro tinha-se apagado nos braços amorosos de Marta e Maria, mas distante das mãos vivificantes do Amigo. Por isso, o lamento de Marta recorda os nossos: onde estavas, ó Deus? Porque não escutaste o meu desespero? Porque foste tão indiferente à doença e à morte? O grito da humanidade condena o atraso de Deus! Até parece que Deus dá liberdade à morte, permite a decomposição, não põe obstáculos à putrefacção, aceita que os infernos se assenhorem de Lázaro, que nos emprisionem, de modo que qualquer esperança humana seja perdida e que a violência do desespero tudo destrua!
Mas, talvez, o atraso de Jesus quisesse, mais do que afastar a doença, vencer a morte. Amar não é fazer sair da cama, mas é trazer da escuridão infernal o amigo. Amar não é arranjar uma medicina para uma doença, mas oferecer a glória da ressurreição. Além disso, a morte de Lázaro era necessária, para que a fé dos discípulos e a nossa, sepultada com Lázaro, também com ele ressuscitasse (S. Pedro Crisólogo).

O amor faz-se lágrima
Diante do túmulo do amigo Jesus comove-se, perturba-se, chora, levanta os olhos, dá graças… Mas que Deus é este que se deixa contagiar pela dor e chora diante dos nossos túmulos? Só o Deus de Jesus chora porque sabe que, por vezes, as lágrimas são o único modo de amar, de rezar. O homem não é um estranho indiferente, é o amigo! As lágrimas de Jesus são a sua declaração de amor, a revolta contra a morte, o sinal da ferida do coração divino, são prova de amor, fraterno e fiel, sensível e delicado. O choro de Deus é grito pela vida de quem ama. É este brado que rouba Lázaro ao sepulcro. Ainda hoje, com amor, Deus grita por nós, percorre o país da morte, vence abismos que pareciam intransponíveis.
A morte pode envolver a pessoa de ligaduras, impedi-la de ser e de viver, enterrá-la no esquecimento, mas não impedirá os laços indestrutíveis de amor que nos ligam a Deus. Para Ele não existe um sepulcro do qual não se possa sair, não existem mortalhas que não se possam desligar, não há sudários sufocantes que não se possam tirar, não há gruta tão profunda e escura que não possa ser violada, não existe pedra tão grande que não possa ser removida, nem ninguém é um cadáver tão malcheiroso que não possa renascer de novo, porque não há morte que não possa ser vencida pelo amor!

“Eu sou a ressurreição e a vida”
Esta narração fala de mim, de ti, da humanidade. Sem o Amigo não há vida e só quando Ele regressa, regressam também à vida as realidades enterradas e deterioradas. A ressurreição é possível pelas lágrimas de Deus! Para Ele não basta partilhar a vida, assumir as bodas e as alegrias, viver o cansaço diário e as preocupações. Mas Ele quis assumir também a batalha final, a da morte, apontando o caminho da vitória, o da manhã de Páscoa quando, diante dos nossos túmulos, gritará amorosamente o nosso nome para nos abraçar eternamente. Esta é a alegria do Evangelho!


Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor, fonte de vida infinita… “São tantas batalhas” que tentam matar a coragem que semeias em mim,
“É tão funda a dor”que teima matar o sorriso que imprimes em cada dia,
“São tantos os medos calados por dentro” que ameaçam matar a esperança do amanhã,
“São tantos olhares de espanto, vazios” que  anunciam matar a novidade da Vida…
Caído no chão, creio na vida que és, que me dás, porque és Amor! Ressuscita-me!

Viver a Palavra

Vou descobrir sinais de vida, onde a morte parece reinar.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

X Domingo Comum C



Naquele tempo, dirigia-Se Jesus para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade. Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores». Jesus aproximou-Se e tocou no caixão; e os que o transportavam pararam. Disse Jesus: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te». O morto sentou-se e começou a falar; e Jesus entregou-o à sua mãe. Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo». E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas.

Caros amigos e amigas, Lucas - o narrador da misericórdia - é o evangelista que melhor descreve o coração de Deus. O milagre descrito no Evangelho revela, por um lado, a compaixão de Deus diante das lágrimas humanas e, por outro, descreve o seu coração materno.

“À porta da cidade”
Dois caminhos opostos, destinados apenas a cruzarem-se, encontram-se. Dum lado, um cortejo conduzido por um morto, o filho único de uma viúva que vai a sepultar fora da cidade; doutro lado, uma procissão que rodeia um vivente, o único Filho de Deus que entra na cidade. Contudo, às portas da cidade, ambos mudarão de condição: o morto despertará para a vida e o Vivo caminhará para o calvário. Mas, no jovem que Jesus devolve à sua mãe, antecipa-se a vitória da Ressurreição.
Afinal, Deus escuta-nos: nas estradas fúnebres dos nossos limites e misérias silenciosas não estamos sós. Existe sempre um caminho novo que é aberto por Deus.

“Não chores”
A mãe viúva estaria doravante só na vida. Voltaria para casa silenciosa, fria e vazia como um túmulo. Em certo modo, morria com o seu filho.
O olhar de Jesus vê a dor desta mulher e compadece-se. Talvez tenha visto nela a própria dor de Deus, a dor de um Deus que se deixa contagiar pelo nosso sofrer. É este o verdadeiro milagre: a compaixão! É pela mãe que Jesus sente compaixão. Quando restitui o filho à mãe, esta renasce como mulher. E o filho é restituído à mãe mais do que à vida. No fundo, é devolvido ao essencial que é o amor e a relação amorosa, ao amor que gera vida.
Deus não abandona o homem na morte e nas lágrimas. Só Ele se compadece até ao ponto do seu Filho ocupar o lugar da pessoa amada. Porque todos os milagres começam com a compaixão, são fruto do amor.
Também nós, mesmo se incapazes de milagres grandiosos, podemos ser capazes de compaixão e dizer como Jesus: “não chores”. E, se não o conseguirmos dizer, podemos pelo menos chorar com quem chora, erradicar a solidão, desabrochar sorrisos, dar migalhas de amor e encher de pequenos milagres a vida. E, quem sabe, assim preparar a estrada a prodígios maiores que fazem renascer a vida.

“Jovem, Eu te ordeno: levanta-te”
Todos nós somos este jovem e quase que somos “obrigados” por Jesus a estar em pé, na condição de ressuscitados e vivos. Levantar-se, pôr-se a caminho, é uma ordem!
Também nós devemos acolher a palavra de Deus sem opor resistências, obstáculos, interpretações ou comodismos. O nosso problema não é a rejeição da palavra de Deus, mas o facto de a tornar vazia, desvitalizada, incapazes de a fazer desabrochar com todas as sementes de vida.
Mesmo assim, a palavra de Deus age também sobre o nada, sobre o cadáver, e também sobre mim quando me sinto morto por dentro. Nada em nós é demasiado velho ou degradado, desesperado ou morto, diante da palavra de Deus. Nem mesmo eu, com o meu pecado. Nada está definitivamente morto para a vida. Em Naim, naquele dia, pairava já uma brisa de Páscoa. E isso é Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Em cada dia que nasce, vou erguer-me ao som da Palavra de Jesus que me convida a caminhar.

REZAR A PALAVRA
Senhor, são mais que muitas as minhas mortes... contrariedades, desilusões...
mas hoje dizes-me que nada pode ser mais forte do que a Tua Palavra criadora.
Quero abandonar-me ao som vivificante do teu amor, melodia que faz dançar a vida;
 Quero escutar o teu toque que me devolve a esperança e me estende os caminhos;
Quero respirar a atmosfera da tua presença, o teu sopro de ressurreição.

Quero ser Vida em Ti, Vida contigo e para Ti: Senhor, ressuscita-me!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

V Domingo Quaresma A


Naquele tempo, as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: «Senhor, o teu amigo está doente». Ouvindo isto, Jesus disse: «Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por ela seja glorificado o Filho do homem». Jesus era amigo de Marta, de sua irmã e de Lázaro. Entretanto, depois de ouvir dizer que ele estava doente, ficou ainda dois dias no local onde Se encontrava. Depois disse aos discípulos: «Vamos de novo para a Judeia». Ao chegar lá, Jesus encontrou o amigo sepultado havia quatro dias. Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro, enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim nunca morrerá. Acreditas nisto?». Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo». Jesus comoveu-Se profundamente e perturbou-Se. Depois perguntou: «Onde o pusestes?». Responderam-Lhe: «Vem ver, Senhor». E Jesus chorou. Diziam então os judeus: «Vede como era seu amigo». Mas alguns deles observaram: «Então Ele, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito que este homem não morresse?». Entretanto, Jesus, intimamente comovido, chegou ao túmulo. Era uma gruta, com uma pedra posta à entrada. Disse Jesus: «Tirai a pedra». Respondeu Marta, irmã do morto: «Já cheira mal, Senhor, pois morreu há quatro dias». Disse Jesus: «Eu não te disse que, se acreditasses, verias a glória de Deus?». Tiraram então a pedra. Jesus, levantando os olhos ao Céu, disse: «Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas falei assim por causa da multidão que nos cerca, para acreditarem que Tu Me enviaste». Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, sai para fora». O morto saiu, de mãos e pés enfaixados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Disse-lhes Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir». Então muitos judeus, que tinham ido visitar Maria, ao verem o que Jesus fizera, acreditaram n’Ele.».(Jo 11, 3-7.17.20-27.33b-45)


Caros amigos e amigas, a voz de Jesus soa por cima do fétido odor das nossas obras mortas, mais forte que todas as pedras que nos amarfanham a existência! Jesus é a ressurreição e a vida! Ele chama-nos para a sua presença vivificante.


As lágrimas de Deus

Em Betânia, Jesus encontrava hospitalidade e serenidade, o prazer da amizade e da familiaridade. Agora, naquela casa estão presentes sinais de morte e desilusão. A dinâmica Marta permanece estática, num canto, de braços cruzados; em Maria abate-se a tragédia; os olhares e as palavras parecem vazios. Lázaro tinha-se apagado nos braços amorosos das irmãs, mas distante das mãos vivificantes do Amigo. Quando este chega, vê a dor que a dor suscita no coração desfeito de quem ama. Em Betânia, Deus aprende a fragilidade da vida, o sofrimento e o desespero. Ali o Criador chora a criatura, o Amigo chora o irmão, o Pai chora o filho. Em Betânia, as lágrimas silenciosas e mortificadas de Jesus são choro, oração e revolta contra a morte. Ali, o Amor faz-se lágrima, presença, palavra de vida. E, quando Deus chora, declara todo o seu amor: os amigos não podem morrer para sempre. O choro de Deus é um grito pela vida de quem ama.


“Sai para fora”

Deus vem propositadamente por Lázaro e por nós e, quando não nos encontra, chora. Então, chama com força o nosso nome, num grito de amor, sobre o país da morte, que passa os abismos que pareciam intransponíveis. A palavra pronunciada por Deus, que desde a aurora da criação tinha gerado do nada todas as coisas, regressa de novo fecunda, faz-se agora escutar até pelos mortos. A Palavra é vida e faz regressar à vida! É o brado divino que rouba Lázaro ao sepulcro. Aquela voz familiar e amiga reabre sarcófagos e liberta a esperança, é mais forte do que o silêncio da morte. O Verbo é ressurreição! A morte pode envolver a pessoa de ligaduras, impedi-la de ser e viver, enterrá-la no esquecimento, mas não impedirá os indestrutíveis laços de amor que nos ligam a Deus. Nem impede o grito divino repetido à exaustão: não permaneças na escuridão do fúnebre espaço do egoísmo, desata as ligaduras que amarram a tua humanidade, retira o sudário para decifrar os milagres, afasta as pedras que tapam os raios de sol para abraçares o irmão.


“Eu sou a ressurreição e a vida”

A ressurreição é possível pelas lágrimas de Deus! Porque o Senhor vive a nossa dor, porque o seu amor pelo amigo não aceita terminar nunca, porque cada um de nós é Lázaro doente e amado! O milagre do Evangelho é o próprio Jesus que devolve a vida aos braços inertes de Marta, restitui brilho ao olhar ofuscado de Maria e restaura até o corpo putrefacto de Lázaro. Sem o Amigo não há vida e, só quando ele regressa, regressam também à vida as realidades enterradas e deterioradas pelo tempo, pelo desânimo, pela morte. Mesmo se Ele se atrasa nunca faltará ao encontro, sobretudo aquele decisivo, quando gritará fora dos nossos túmulos o nosso nome. Aí o Amor realizará o milagre, não de uma vida com mais alguns dias, mas de uma vida para sempre. E isso, caros amigos, é Evangelho!


VIVER A PALAVRA

Em cada momento de dor e de morte, quero desvendar o misterioso perfume da Vida.


REZAR A PALAVRA

Senhor Jesus, eu creio que és a Ressurreição e a Vida.

Sou eu a instalar a morte dentro da minha vida, quando adormeço sem Ti...

Mas vem depressa sacudir-me este sono letal que me encerra e me decompõe!

No concentrado e fecundo amor do teu choro me regeneras: agarrarei a Vida!

Na ondulação firme da tua voz, me despertas e me chamas: saborearei a Vida!

No perfume da tua presença viva me provês: de Ti manarei a Vida!