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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

XXIII Domingo Comum A



Evangelho segundo S. Mateus 18, 15-20
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganhado o teu irmão. Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu. Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles».

Caros amigos e caras amigas, esta passagem situa-se vigorosamente no cerne do mandamento novo do amor. Sim, toda esta descrição tem um carácter de mandamento, não se trata de conselhos piedosos ou de normas jurídicas para o bom relacionamento humano. O irmão precisa de, a todo o custo, ser salvo!

Interpelações da Palavra
O erro
Jesus parece deixar-nos neste Evangelho um cerimonial demasiado complicado para acudir a um erro do irmão. Tantos “paparicos” para quê? As nossas decisões pragmáticas indicar-nos-iam recursos mais céleres: ou ignorar simplesmente o erro cometido, juntamente com a pessoa que o cometeu, ou partir para uma cirurgia radical do erro ou da pessoa que o cometeu. Assim seria mais fácil. Mas não! Com Jesus, a correcção fraterna ganha o estatuto de mandamento. Um mandamento que se inscreve na missão que Deus nos dá de ser profetas… não apenas para denunciar o mal, mas – muito mais que isso – antecipar-nos ao amor, participar na obra da criação. Ajudar o irmão a corrigir-se de um erro é recriar o irmão, purificá-lo, alindá-lo, cuidar dele…
Mas interferir no curso do comportamento de alguém é uma arte muito mais delicada que a da ourivesaria!

O irmão
O valor que cada pessoa tem para Deus é tal que é obrigação expressa esgotar todas as tentativas para a salvar. O irmão é um tesouro que não pode ser perdido por gratuita condenação ou por ignóbil desprezo. Jesus alicia-nos a “ganhar o irmão” como se este fosse um salário que nos sustenta, que nos mantém viva a humanidade, porque o ser irmãos garante-nos a verdade de sermos filhos. O irmão é uma meta, um troféu, que não se ganha à força, mas com aquela mesma arte e encanto com que o divino artista investiu todo o seu saber e amor em criá-lo. Assim, para corrigir alguém é necessário amar muito a Deus, pois aquele que peca não peca senão contra Deus, mesmo que a ofensa nos seja dirigida. Corrigir é amar muito o irmão, pois faz parte daquela solicitude que deseja o bem e que cuida. A correcção fraterna não é feita com critérios próprios, mas com os critérios de Deus. Aquele que corrige é um instrumento ou intérprete da misericórdia de Deus. Não se trata de eu perdoar, mas de encaminhar o irmão até à fonte do perdão que é Deus. Trata-se de rasgar-lhe a luz, de modo que o irmão possa vislumbrar a grandeza de Deus no esplendor do seu perdão.
E quando todos os recursos investidos forem vãos? Considerar o irmão um pagão e terminar por aí?! Dá ideia que sim, mas temos de nos lembrar que este Jesus é o mesmo que veio chamar os pecadores…

A comunidade
Se apreciamos o valor de estar juntos, a alegria da partilha, a eficácia de unir esforços, Jesus supera os nossos melhores conceitos de comunidade. A comunidade reunida no Nome de Jesus tem os mesmos ingredientes do Céu: o próprio Deus está presente, liga e desliga dentro dela! A comunidade é o próprio céu! Uma comunidade segundo Deus é o ambiente onde se respira a atmosfera da graça, é o viveiro do perdão capaz de reabilitar os pecadores, é o húmus fecundo capaz de forjar os santos. A comunidade reunida em nome de Jesus é um espaço que propicia a fidelidade e não um peso de burocracias. A comunidade com Jesus é um espaço onde se educa a vida, onde se aconchega a solidão, onde se saboreia e se partilha o doce néctar do Evangelho!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor, fonte de perdão e de amor, modelo de fraternidade e de comunhão:
Enche as minhas frágeis mãos de bondade e disponibildiade para acolher;
Preenche o meu caminho de sinais de paz e de concórdia;
Inscreve em meu coração o mandamento do amor como compromisso;
Rasga o meu olhar viciado, para que cada gesto seja uma nova etapa de perdão.
Só Tu e em Ti aprendo a perdoar e a construir fraternidade.

Viver a Palavra

Vou ter mais atenção às oportunidades em que posso abrir brechas de luz aos meus irmãos mais frágeis.

sábado, 15 de junho de 2013

XI Domingo Comum C



Naquele tempo, um fariseu convidou Jesus para comer com ele. Jesus entrou em casa do fariseu e tomou lugar à mesa. Então, uma mulher - uma pecadora que vivia na cidade - ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com perfume; pôs-se atrás de Jesus e, chorando muito, banhava-Lhe os pés com as lágrimas e enxugava-Lhos com os cabelos, beijava-os e ungia-os com o perfume. Ao ver isto, o fariseu que tinha convidado Jesus pensou consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia que a mulher que O toca é uma pecadora». Jesus tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele respondeu: «Fala, Mestre». Jesus continuou: «Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles ficará mais seu amigo?». Respondeu Simão: «Aquele - suponho eu - a quem mais perdoou». Disse-lhe Jesus: «Julgaste bem». E voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas e enxugou-os com os cabelos. Não Me deste o ósculo; mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os pés. Não Me derramaste óleo na cabeça; mas ela ungiu-Me os pés com perfume. Por isso te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama». Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados». Então os convivas começaram a dizer entre si: «Quem é este homem, que até perdoa os pecados?». Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz». Depois disso, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a Boa Nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios, Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus com os seus bens.

Caros amigos e amigas, Lucas narra a cena de uma prostituta que se intromete no grupo dos “bem pensantes” e transtorna as regras de etiqueta com gestos inesperados de ternura.

O alfabeto do amor
Encanta este Evangelho que fala de afecto, gratuidade, perfume, gestos simples e humanos, cheios de amor. Afinal, perante Deus não valem os protocolos mas só a espontaneidade do coração. Seduz este Deus ilógico que se deixa tocar e beijar, que se deixa lavar pelas lágrimas e para quem as atitudes contam muito mais do que discursos de palavras belas, mas vazias.
O fariseu sabe as regras do acolhimento, mas é a mulher pecadora que as põe em prática. Simão acolhe friamente Jesus em sua casa, enquanto a pecadora O recebe calorosamente dentro da sua vida. O dono da casa abre-lhe a dispensa, mas é a mulher que Lhe desabotoa o coração. O fariseu segue a lei, enquanto a mulher vive da gramática do amor. E, no fim, é ela que vai em paz, perdoada e amada. O fariseu escandaliza-se com o Mestre que se deixa tocar e beijar por uma prostituta que sabe usar a “arte” do corpo para viver! Mas, na verdade, é Simão o prostituto, o negociante do amor! O seu pecado, como qualquer pecado, é comercializar, comprar, calcular méritos e débitos diante de Deus.
São os gestos excessivos de ternura de uma prostituta que comovem Jesus, porque o amor é sempre exagerado e criativo. A verdade do coração é traduzida com o bálsamo dos beijos e o perfume das lágrimas. Quem dera aprendêssemos esta gramática, vivêssemos de sementes do perdão e do amor!

Muito se perdoa a quem muito amou
Para Jesus não interessa julgar, condenar ou absolver. Importa apenas que a mulher permaneça na dinâmica do amor. Para Deus ninguém coincide com o seu pecado, mas sim com a sua possibilidade e capacidade de amar, com a generosidade e a fantasia da gratuidade. Amar renova e cicatriza a vida. Existe um forte laço entre amor e perdão: quem se sabe perdoado, é capaz também de amar.

Ícone do amor
O Evangelho apresenta uma prostituta como modelo da nossa relação com Deus: aquela ousa apresentar-se como é, de coração aberto, para acolher o amor e o perdão e assim renovar a vida. O gesto da pecadora ultrapassa os farisaísmos, vai além do lícito e da obrigação. A linguagem do supérfluo perfume, absolutamente desnecessário, foi acolhida na sua gratuidade como abandono confiante. O que conta não é o muito ou o pouco, mas a qualidade de coração que se coloca naquilo que se faz.
Jesus na última ceia repetirá o gesto da mulher, pecadora, desconhecida e enamorada: ao lavar e enxugar os pés dos discípulos, afirmará o dom de si e a eucaristia da existência. Desde aí qualquer gesto humano realizado com todo o coração tem algo de religioso, aproxima-nos de Deus, é sinal de Deus em nós. E isso, caros amigos e amigas, é Evangelho.


VIVER A PALAVRA
Quero apresentar-me diante de Deus, de coração aberto para acolher o seu amor e perdão.

REZAR A PALAVRA
Senhor, tudo em Ti me encoraja a um encontro; que nada em mim impeça este encontro!
Tu conheces-me antes de eu me apresentar, perdoas-me antes de eu te pedir perdão.
Tu és Aquele que não não me condena, mas diante do qual o meu pecado agoniza,
Tu és Aquele para Quem a minha vida tem o máximo valor, onde encontro a fonte do viver.
Senhor, entrego-te o invólucro poluído do meu ser e sei que o Teu amor me recuperará!

Recebe, o bálsamo dos beijos e o perfume das lágrimas, semeia-me de misericórida... florirei!

domingo, 30 de dezembro de 2012

 


Paz e Bem

Como é de tradição, na passagem de Ano vestimos algo de novo a estrear.
São Paulo, deu-me uma ideia e decidi ir às compras, aproveitando os saldos, para poder vestir algo de novo no início do Novo Ano e "conseguir alguma sorte" para o 2013 que aí vem.
Eis a minha proposta!


REVESTI-VOS DO AMOR
12Como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos, pois, de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência, 13suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se alguém tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, fazei-o vós também. 14E, acima de tudo isto, revesti-vos do amor, que é o laço da perfeição. 15Reine nos vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados num só corpo. E sede agradecidos. (Col 3)






Caros amigos, seguindo o conselho de São Paulo, certamente teremos um ano cheio de sorte, de sabedoria e de graça!
Agasalhem-se com o amor!

Feliz 2013!


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

XXVII Domingo Comum B


Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus uns fariseus para O porem à prova e perguntaram-Lhe: «Pode um homem repudiar a sua mulher?». Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?». Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio, para se repudiar a mulher». Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei. Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto. Jesus disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério». Apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas. Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele». E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.

Fiel ao amor do Pai, Jesus bebe dessa fonte de bem e ensina-nos, neste Domingo, a beleza e o desafio da comunhão. Num convite a derrubar a dureza do nosso coração, o Senhor apresenta o amor fiel como caminho simples e verdadeiro para a felicidade.

Dureza do vosso coração
Jesus, mestre supremo, acolhe as dúvidas e preocupações dos fariseus como ponto de partida para uma catequese sobre o respeito e a comunhão. O projeto original de Deus convida à fidelidade e à igualdade de direitos. Confrontado com a questão do repúdio das mulheres, inscrita na lei, não pela sua essência mas pela dureza do coração dos homens, Jesus propõe a aliança como caminho e meta. Deus quer uma vida mais digna e segura para as esposas mal tratadas pelo homem que se foi baseando na lei da superioridade masculina. Hoje, seguidores de Jesus Mestre, não podemos legitimar nada que promova a discriminação ou exclusão da mulher. Jesus continua a propor-nos que renunciemos à “dureza do nosso coração”, impermeável à bondade e ao diálogo.

Não separe o homem o que Deus uniu
Falar de fidelidade, de compromisso, parece já não ser tema. Também no tempo de Jesus surge a necessidade de recordar a importância da união matrimonial. Se acreditamos que Deus nos ama e em tudo concorre para nosso bem, porque tendemos a destruir o que pelas Suas mãos constrói? Porque teimamos em separar o que Ele uniu? Ou não foi Ele que criou os laços que nos pertencem?
Podemos considerar o amor espontâneo, como algo que vem e vai, sem raiz, em que a primeira tempestade deita por terra o pouco que foi construído. Será esse o amor que Deus derrama em nossos corações?
Podemos afirmar que o casal não se basta a si e é sempre natural encontrar fora dele, algo mais que sacie os seus desejos pessoais. Será essa a fidelidade que o Senhor nos ensina?
O amor verdadeiro, que se prova na dúvida, na dor e no tempo, jamais passará. É esse o único amor. Aquele que permanece na tempestade, porque enraizado numa relação a três: ele, ela e Deus. Quando Deus constrói o amor, ele permanece. Quando não há Deus, também não há amor…

Deixai vir a mim as criancinhas
Tal como os discípulos, também nós estorvamos, por vezes. Não somos sinal, instrumento que conduz a Deus. Interrompemos a corrente de amor, que nasce do coração de Deus, com os nossos julgamentos, desejos e interesses. Esquecemos o diálogo como fermento de comunhão. Esquecemos o olhar, como estrada para o perdão. Esquecemos o abraço, como porta do coração. Esquecemos a palavra dada, o compromisso, o fulgor e a paixão do início, porque deixamos o nosso coração de pedra ficar de plástico para ser deitado fora. Aprendamos com Jesus, a simplicidade das crianças, o acolhimento, a fidelidade. Aprendamos com Jesus a construir um coração de carne, atento, fiel. Sejamos crianças, dóceis, sedentas do verdadeiro amor que nos faz crescer. Sejamos crianças, sinceras, transparentes, fiéis ao amor. Sejamos Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Vou procurar encarnar o espírito de simplicidade e verdade, para acolher Deus e os irmãos.

REZAR A PALAVRA

Pai amoroso e fiel, mistério de Pai e de Mãe, que nos abraças no teu amor,
Tu colocaste no homem e na mulher o teu património de vida
e, na verdade da sua relação, a expressão do teu amor fecundo,
Te damos graças porque, em Jesus, celebras os esponsais com a humanidade.
Que os conjuges, na sua idividualidade conjugada, proclamem
a beleza do teu amor, a solidez da tua fidelidade e a fecundidade da tua vida.
Que cada um de nós, abraçando a simplicidade da infância,
possa ser intérprete, junto dos irmãos, do Teu acolhimento e entrega.