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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Domingo da Ascensão B


Evangelho segundo S. Marcos 16, 15-20
Naquele tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado. Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados». E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus. Eles partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.

Caros amigos e amigas, hoje, Domingo da Ascensão do Senhor, as palavras de Jesus são-nos directamente dirigidas. Enquanto nos envia é elevado ao Céu, no entanto, este é um envio de Quem não nos pode abandonar. Ele continua a colaborar connosco. É tempo de sair, pregando o Evangelho a toda a criatura.

Interpelações da Palavra

Pregai o Evangelho
Jesus dirige-se aos Onze com um imperativo urgente: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura”. A boa notícia não pode ficar encerrada no interior do pequeno grupo, toda a criatura carece da “melhor notícia”. O que Ele disse e fez transformou os discípulos e quer agora fecundar o coração de toda a criatura, para que viva em plenitude. O Evangelho, Cristo Palavra, tirou-lhes o medo, fez-lhes sentir a Sua misericórdia, ajudou-os a viver o perdão, a proximidade e a atenção aos mais pobres, aos doentes aos últimos. A notícia de um Deus assim é uma graça: é urgente pregá-la. Ele não cancela a sua presença por causa de qualquer crise, greve ou boicote, mas precisa dos nossos lábios, dos nossos pés e das nossas mãos para que a sua Palavra seja notícia nesta cultura moderna, no hoje e aqui da nossa história.

Acompanhados por sinais
Os que acreditam tornam-se discípulos-missionários da “Boa Notícia”, são um sinal do Reino e transportam o perfume da caridade, da sabedoria e da coragem. Quem anuncia a Palavra, quem vive dela e a semeia no coração de toda a criatura, é já sinal de que Deus nunca nos abandona: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Precisamos de estar atentos aos sinais, não temer os perigos da evangelização, mas arriscar o anúncio credível do amor. Somos peregrinos na esperança, a nossa vida é sempre uma “expectação”, “não deixemos que nos roubem a esperança”! Quando a esperança se apaga, paramos, não crescemos nem damos fruto, destruímo-nos e destruímos os outros. Há sempre uma Palavra de amor a semear. Há sempre um raio de esperança, um sinal de Deus, uma notícia de Deus…

Divino cooperador
“Foi elevado ao Céu e sentou-se à direita de Deus.” Eis a nossa bandeira, hasteada como sinal de comunhão, alegria, paz e vida. Jesus é vida, é a notícia de um Pai que nos ama e nunca nos deixa sós. Nunca deixemos de olhar o alto, de aspirar a ser mais e melhor, olhando e levantando a “bandeira” que vai à nossa frente, que nos acompanha, que coopera connosco. Todos somos responsáveis na messe do Senhor, todos somos enviados a pregar o Evangelho da misericórdia, em todo o lugar e a todas as criaturas, mas Jesus continuará a ser sempre o Mestre, o guia, o divino cooperador. A Sua presença constante encoraja-nos e inspira as nossas palavras e ações, para que sejam cada vez mais as Dele. Nem as serpentes da mentira, nem as limitações da doença, nem a solidão do deserto, nem a sede nem a fome de liberdade, nem os demónios das dúvidas e perseguições hão-de deter a força da evangelização que o Espírito Santo é o propulsor. Que os olhos do nosso coração se deixem fascinar pelos milagres que acompanham aqueles que se deixam acompanhar por Ele e lançar as sementes da Boa Notícia. É assim que, hoje e sempre, acontece o Evangelho!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor Jesus, hoje é dia de subir contigo. Tu estás onde o meu coração encontra plenitude,
Tu chamas-me sempre a mais, estás onde posso crescer, onde o acreditar se faz envio.
De novo me convidas a estar contigo, de novo me impeles a partir de Ti e em teu nome…
Hoje é dia de sentir nos pés o afago dos caminhos da humanidade, para te estender como Caminho,
Hoje é dia de encher as mãos com a tua misericórdia para regar os desertos de tanta falta de paz,
Hoje é o dia de abastecer a minha voz com a Tua Palavra, é o dia de acordar o milagre da tua presença!

Viver a Palavra

Vou procurar partir sempre de Jesus, para ser sinal do seu amor, a quantos me rodeiam.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

XIV Domingo Comum B



Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’.


Caros amigos e amigas, o Evangelho narra o envio dos discípulos como embaixadores da paz, curando e anunciando a proximidade de Deus. Todos nós podemos ser aventureiros deste Amor.

“Designou setenta e dois discípulos e enviou-os…”
Jesus é um entusiasta apaixonado! Preocupado com a vastidão da messe, envia os discípulos à sua frente, porque o amor tem um rosto humano. O Mestre confia mais nas pessoas do que na eficácia dos programas e dos meios. Assume até o risco dos discípulos não serem credíveis, de se poderem perder ou até de se meter cada um por conta própria.
Jesus não envia membros de uma ONG carregados de alimentos, roupa e dinheiro, mas envia gente com os bolsos vazios, rica apenas da sua palavra e portadora de esperança. Ninguém vai em nome próprio, pois no Reino não há lugar para freelancers ou gurus. Os discípulos partem apenas com aquele furacão de paixão que preenche a vida.

“…dois a dois”
Os discípulos não vão sozinhos como conquistadores, vagabundos ou navegadores solitários em viagem turística, mas partem na união de “uma só alma e um só coração”. Afinal, o primeiro anúncio dos discípulos é a própria vida, é o tesouro de uma amizade que se torna semente de comunidade. Ir, dois a dois, aguenta o coração e cura a solidão (Ronchi). Além disso, implica a disponibilidade a perder a própria ideia e a superar os limites individuais: o homem sozinho não é homem; e o discípulo é aquele que vê o seu rosto reflectido no olhar do outro.
Por estranho que pareça o Mestre não ordena o que devem dizer, mas apenas o estilo que devem adoptar. Não necessitam de convencer com palavras, mas com o testemunho de um amor recíproco. A mensagem fundamental será a própria vida, vivida em comunidade e fraternidade. Não se anuncia uma doutrina, mas uma Pessoa que se faz presente na relação e amor dos discípulos.

Essencial
Os discípulos trazem em si uma escandalosa fragilidade de meios e equipamentos. Partem vazios de coisas, porque o essencial se encontra na humanidade e na partilha sincera da existência, principalmente na casa e na família onde se joga o sorriso e as lágrimas, ali onde a vida nasce e se alimenta de amor. Ser Igreja é ser casa! É ser família! O discípulo é, então, acolhido não porque traz algo, mas porque traz Cristo!
Os 72 partem, sem salamaleques, ricos de um santuário de pobreza porque acreditam na criatividade do amor, porque sabem que as pessoas estão acima das coisas. A única preocupação de quem anuncia é a de ser infinitamente pequeno, pois só assim o seu anúncio será infinitamente grande. A segurança repousará nas palavras que trocar com o irmão do caminho, qual rosto a amar e a descobrir, numa história a partilhar numa comunidade de vida, numa fé em comum, na certeza de que não se está só, mas que há sempre Alguém ao lado. Isso, caros amigos e amigas, é Evangelho!

VIVER A PALAVRA

Tomo consciência de que estou na lista de convocados para ser profeta aventureiro do amor do Senhor.

REZAR A PALAVRA
Senhor, reconheço que, por vezes, tenho receio de te dar tudo: encho-me de mim,
guardo-me, aferrolho as “minhas coisas” e não fico com espaço para o teu amor!
Abre, Senhor, o meu coração ao teu amor e solta-o pelos caminhos do mundo.
Gostaria de hoje oferecer-te a minha vida, incondicionalmente, e confiar em Ti:
celebra em mim o banquete da Palavra e da Eucaristia; estende-me como uma ponte...

Hoje, coloco-me ao teu dispor: Eis-me aqui, envia-me!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

XV Domingo Comum B


Naquele tempo, Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros e ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão: nem pão, nem alforge, nem dinheiro; que fossem calçados com sandálias, e não levassem duas túnicas. Disse-lhes também: «Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos em alguma localidade, se os habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra eles». Os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram muitos demónios, ungiram com óleo muitos doentes e curaram-nos. (Mc 6, 7-13)

Caros amigos e amigas, o Evangelho apresenta o “estágio profissional” dos apóstolos. Ainda hoje Deus chama e envia. A palavra não pode ficar inerte, mas expande-se, difunde-se, gera família. Todos somos convidados a ser colaboradores, através da própria humanidade, de uma vida nova.

“Começou a enviá-los…”
Imagino a alegria e, ao mesmo tempo, o receio de Jesus: a aula prática dos discípulos trazia a aventura de algo novo mas também o risco de erros, de se ser pouco credível, de perder-se metendo-se cada um por conta própria… Por estranho que pareça o Mestre não lhes diz o que devem falar, apenas o estilo a adoptar. Não devem convencer com palavras, mas com o testemunho de um amor recíproco. A mensagem fundamental é a própria vida, um sinal de unidade, uma semente de comunhão. Não se anuncia uma doutrina mas uma Pessoa que se faz presente na relação e amor dos discípulos.
Os apóstolos não vão sozinhos como vagabundos ou navegadores solitários em turismo, mas em comunhão com “uma só alma e um só coração”. Não por iniciativa própria mas porque enviados em nome doutro; não por interesse ou necessidade mas por amor.

“…dois a dois”
É o início de uma nova criação. Dois a dois… também no início eram dois. Ser enviado com o outro implica acolher a sua proposta, perder a própria ideia, ultrapassar os limites individuais e subjectivos. Os apóstolos são mandados na força do amigo e de uma Palavra. O equipamento fica reduzido a uma essencialidade que roça a imprudência: sem comida, dinheiro, roupa de reserva. Apenas um bastão e umas sandálias peregrinas. O bastão aguenta o caminho e o cansaço; o amigo aguenta o coração e rouba do isolamento. Não se acredita sozinho. O primeiro anúncio dos discípulos é a própria vida, um evento de amizade, uma semente de comunidade, a vitória sobre a solidão (Ronchi).
Ir com mais alguém pode ser chato e aborrecido! Pensamos ser os únicos a poder cantar fora do coro, a ser livres e criativos, a ser bons rebeldes… Tantos que se dizem “cristãos sem Igreja”, mas sem “dois ou três reunidos em nome de Jesus” não há Igreja. Falar de comunidade é fácil. Mas viver na comunidade, com aquele grupo, aquele pároco, aquele cantor, aquela zeladora,… é outra conversa!

“Quando entrardes em alguma casa…”
Os discípulos trazem em si uma escandalosa fragilidade e pobreza de meios. Estão convencidos que nenhuma pessoa é aquilo que possui. O sucesso não depende do marketing nem de aparências superficiais. O essencial encontra-se na humanidade do outro e na partilha da sua existência, ali na casa e na família onde se joga o sorriso e as lágrimas, ali onde a esperança e os dramas se cruzam, ali onde a vida nasce, se vive de amor e a solidão se converte em comunhão.
Ser Igreja é ser casa! É ser família! Os discípulo são, então, acolhidos não porque trazem coisas, mas porque trazem Cristo. Levam-se a si mesmos, como terra abençoada pelo encontro com o Ressuscitado, qual novo éden terrestre.
A única segurança do discípulo são as palavras que trocar com o companheiro do caminho, um rosto a amar e a descobrir, uma história a partilhar numa comunidade de vida, numa fé em comum, na certeza de que não se está só, mas que há sempre Alguém que caminha ao lado. Isso, caros amigos e amigas, é Evangelho!

VIVER A PALAVRA
No pó do caminho, na aventura do dia-a-dia, vou-me sentir enviado, portador do amor de Deus.

REZAR A PALAVRA

 Mestre do amor, que incrível contrato! Chamas e envias a minha pequenez
à tua grandiosa obra libertadora e transformante deste mundo!
Grande é o teu poder que não diminui ao passar pela minha fraqueza
e prescinde das mais calculadas provisões. A tua Palavra agiliza-me a vida!
Quero confiar em Ti e na força inabalável da comunhão, em Igreja.
Porque és Tu Quem me chama, e Quem me envia, o poder é só o teu,
e só Tu diligencias o óleo sobre a liberdade que te acolhe ou te rejeita.
A pura origem do meu afã: o teu amor; a sua finalidade: leva-lo aos que amas!