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segunda-feira, 15 de junho de 2015

XI Domingo Comum B


Evangelho segundo S. Marcos 4, 26-34
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga. E quando o trigo o permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita». Jesus dizia ainda: «A que havemos de comparar o reino de Deus? Em que parábola o havemos de apresentar? É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes que há sobre a terra; mas, depois de semeado, começa a crescer e torna-se a maior de todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra». Jesus pregava-lhes a palavra de Deus com muitas parábolas como estas, conforme eram capazes de entender. E não lhes falava senão em parábolas; mas, em particular, tudo explicava aos seus discípulos.

Caros amigos e amigas, a parábola de hoje fala-nos do encanto do semeador e da aventura da semente que, escondida na terra, contém a esperança e a força de um futuro novo.

Interpelações da Palavra
A profecia do semeador
Invejo a paciência e a perseverança incansável do semeador que procura na estação seguinte, com enorme paixão, a novidade do gérmen, a beleza da flor e o perfume do fruto. O cultivador possui aquele olhar especial, capaz de profecia, capaz de ver já o grão maduro na espiga quando debaixo dos olhos está apenas a terra nua e um punhado de sementes, aparentemente secas e sem vida. Ele confia que até a semente mais pequena, esquecida ou enterrada, é milagre, é vulcão capaz de fazer germinar incrivelmente a vida. Nas suas mãos e no seu olhar floresce já a primícia da promessa!
A história é cheia de pequenos e agradáveis mistérios, escondidos e humildes, potentes e surpreendentes. E o Reino de Deus é sempre um dom, uma oferta não submetida à lógica da eficiência e da visibilidade, ao frenesim e à canseira. A pedagogia divina utiliza passos pequenos, simples e fortes, no invisível quotidiano!

As parábolas encantam
Jesus fala de Deus e do Reino com uma simplicidade desarmante: os lírios do campo e o grão de mostarda, o negociante de pérolas e a ovelha perdida, a vinha e as lâmpadas acesas… tudo fala de Deus, como se as coisas mais evidentes comungassem das realidades mais divinas. Jesus prefere uma parábola a um discurso oficial, um silêncio a uma afirmação doutrinal, um gesto efectivo a uma celebração vazia.
Toda a vida é uma parábola de Deus: o Reino pode esconder-se e germinar num simples arbusto, numa gruta de Belém, nas mãos calejadas de um pescador ou no voo dos pássaros. Continuamente o Reino de Deus é semeado nos meandros da humanidade. Ainda hoje, é Jesus a semente do Pai, núcleo incandescente de perfumes e frutos de primavera, força de amor, capaz de quebrar a crosta árida de corações ressequidos.

As parábolas abraçam
É de mim e de ti que se fala nesta parábola. Podemos pedir milagres a Deus, que Ele oferecer-nos-á sempre um punhado de sementes. Sementes que mudam a vida por dentro, no essencial, descurando o superficial. Em vez de anunciar a desgraça do mundo, de lamentar-se continuamente dos outros, de acampar depressivos no passado,… ocorre cultivar a fé na força escondida dentro dos pobres e pequenos sinais do Reino. É que a nossa vida e a nossa história estão grávidas de ressurreição. Basta um minúsculo sim para que Deus possa irromper dentro da nossa existência. Basta uma pequena brecha para que Deus possa escancarar e fecundar a vida. Abrindo-nos a Ele seremos, amigos e amigas, parábola e semente do Evangelho!


Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor Jesus, semeador e semente, autor da vida e da alegria
Deixa que o meu coração se fascine com a beleza do teu querer.
Senhor Jesus, semeador e semente, autor do tempo e da história
Deixa que o meu coração se habite da tua vontade de crescer a cada passo.
Senhor Jesus, semeador e semente, autor da esperança perfeita
Deixa que o meu coração se abra e se deixe fecundar pelos sinais de que me rodeias.
Senhor Jesus, semeador e semente, autor da novidade e da surpresa
Deixa que o meu coração se abra às pequenas coisas e à imensidão do teu amor.

Viver a Palavra

Vou reparar melhor em tantos sinais que me rodeiam para lhes perguntar notícias de Deus. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Cristo Rei A

Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão na sua presença, e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes’. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’. Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’. E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’. Estes irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna». (Mt 25, 31-36)

Caras amigas e amigos, com a festa de Cristo Rei conclui-se o ano litúrgico percorrido na companhia de Mateus. O Evangelho recorda-nos que no fim seremos julgados pelo Amor sobre o amor.

Só o bem e a beleza contam!
Seduz este Evangelho: nos arquivos de Deus não estão assinaladas as falhas, mas estão apenas memorizados os gestos de amor e bondade. Não são elencadas as nossas sombras, mas as sementes de amor, as lágrimas enxugadas e as vidas partilhas. Deus vê apenas o bem da vida e não as suas fragilidades. Diante Dele não tememos os nossos pecados, tememos antes as mãos vazias. O Pai não olhará para nós, mas olhará à nossa volta, olhará para a quantidade de lágrimas e de pessoas que nos foram confiadas.
Hoje, somos nós que julgamos os necessitados e os pobres e, neles, o próprio Deus. Agora, somos nós o gesto de bênção ou de rejeição, somos nós o pão do esfomeado ou o deserto do abandonado.
“O que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos a Mim o fizestes”
Mateus apresenta seis obras, tão vastas quanto o sofrimento humano. A ninguém é pedido um milagre ou o impossível, apenas o empenho de visitar doentes, de ajudar um idoso acamado, de cuidar do cônjuge e do filho, do vizinho solitário… Exigente beleza deste Evangelho: estar atento e cuidar do irmão é algo tão importante que Deus liga a vida eterna a um pedaço de pão; é algo tão fácil que todos, mesmo o mais pobre, tem tempo, um sorriso e um coração, para poder ser salvo.

Quem toca um pobre trespassa o céu de Deus
O Evangelho é claro: no céu entrarão apenas aqueles que tiverem entrado na vida e na casa dos pobres. O julgamento final não será dirigido sobre a nossa pessoa, mas sobre os nossos pobres, os nossos esfomeados, os nossos abandonados. O juízo não será sobre nós mas sobre as nossas relações. Deus julgar-me-á olhando não para mim mas para aqueles que por mim foram consolados, os que de mim receberam esperança e força para continuar o caminho, os que se alegraram com o pão e a água que lhes dei, os que ressuscitaram com a coragem e ânimo recebidos. Afastando-nos do pobre afastamo-nos de Deus e afastamo-nos de nós próprios. É esta a perdição: o afastamento da vida. Não haverá amanhã para quem não se abrir fazendo-se casa e pão para os outros, tornando-se desde já suplício ou paraíso para todos.
No juízo final, Deus sonha com um homem sem fome nem lágrimas, sem prisões nem doenças, feliz e salvo. O futuro não se espera, mas constrói-se: o futuro, o céu, o paraíso é gerado pelo bem que tu e eu damos aos inumeráveis lázaros desta terra que diariamente se cruzam connosco. Só assim Deus reina no universo!
Quando a nossa mão toca um pobre, os nossos dedos atravessam o céu de Deus. O mais pequeno é o éden de Deus. O pobre é mestre da fé porque encarna na sua vida uma evidência: todos nós vivemos apenas porque temos alguém; subsistimos unicamente porque somos auxiliados pelos outros; existimos somente porque somos acolhidos por Alguém, impaciente por nos repetir: Vem, bendito de meu Pai! Isso, caros amigos e amigas, é Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Vou deixar que o amor se manifeste em gestos para com os “mais pequenos”.

REZAR A PALAVRA
Senhor, Teu é o Reino, o Poder e a Glória... quero que sejas o Rei do meu desígnio de amar.
Dá-me olhos que leiam a nobreza do Teu rosto, nos rostos apagados pelo sofrimento...
Dá-me mãos que se dignifiquem na glória do serviço e se deleitem com a coroa da gratuidade.
Dá-me um coração que, do trono da humildade, exerça o poder omnipotente do Teu amor.
Não permitas que o meu desejo de reinar te esconda e a omissão de amar me faça perder,
mas que a busca do Teu Reino te encontre e uma entrega incondicional me construa.