quinta-feira, 22 de setembro de 2011

XXVI DOMINGO COMUM A

Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha’. Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’. Depois, porém, arrependeu-se e foi. O homem dirigiu-se ao segundo filho e falou-lhe do mesmo modo. Ele respondeu: ‘Eu vou, Senhor’. Mas de facto não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?». Eles responderam-Lhe: «O primeiro». Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os publicanos e as mulheres de má vida irão diante de vós para o reino de Deus. João Baptista veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os publicanos e as mulheres de má vida acreditaram. E vós, que bem o vistes, não vos arrependestes, acreditando nele».

Caros amigos e amigas, os trabalhos da vinha requerem gente que a sintam como sua, que a amem. Aos filhos é pedida a mesma paixão e encanto do Pai: não aceitar trabalhar para a vinha é rejeitar o Pai; cuidar das videiras e enamorar-se por elas é partilhar o amor do Pai.

Os cuidados e a alegria da vinha
Levam-se vários anos para plantar uma vinha e assim transformar a terra árida em vinho bom. Requerem-se cuidados e atenções redobradas, mesmo se os frutos não são garantidos. O tronco contorcido e os ramos nunca lineares recordam uma história que se desenvolve, cresce, serpenteia e ramifica. Mais do que o cansaço e suor, a vinha torna-se, através do vinho, profecia da alegria e de festa para toda a família.
Somos nós a vinha de Deus! Somos nós os cachos cheios de sol e de mel, o sonho de uma única família em festa. É ainda Ele que nos convida para trabalhar esta vinha com vida, com amor e sedução, numa escolha entre uma existência estéril e uma vida frutuosa de palavras e acções. Nesta vinha, o convite do Senhor não fala em obrigações mas em fecundidade, recorda sementes que se tornam árvores, abraça a prostituta que se torna mulher, converte o coração disperso que se torna unificado.

Um homem tinha dois filhos
Os dois filhos são o nosso coração dividido: um coração que diz sim e que diz não; que se contradiz entre o dizer e o fazer; demasiado veloz com a língua e algo lento com a vida. Como lembra S. Paulo, “não fazemos o bem que queremos, mas o mal que não queremos”.
Ocorre unir o nosso coração de “enamorados sem amor” e de “crentes não praticantes”. Como cristãos corremos o risco de tirarmos Deus da gaveta 5 minutos por dia, 1 hora por semana, e acabada a bênção final da Missa dizermos: “amém, que se faz tarde”! Talvez fosse bom não nos ficarmos por palavras (a começar pelos padres), mas com simplicidade e coragem gritar o Evangelho com a própria vida.

Publicanos e prostituas à frente
Todos temos as nossas prostituições, as nossas velhas aparências e simulações de palavras vazias. Contudo, em Deus não há palavras de condenação, apenas a promessa de uma vida nova. Ele tem sempre confiança que os nossos “nãos” se convertam, acredita permanentemente em nós apesar dos nossos erros e atrasos em dizer “sim”. Ninguém está perdido para sempre. A nossa história é feita de conversões e mudanças, dilatação do coração, naquele caminho que nos faz passar de servos inúteis a filhos, de empregados estéreis a fecundos irmãos da mesma família.
Deus faz florir a sua vinha na história através de tantas vindimas escondidas onde cada um se empenha a tornar menos árida a terra, menos sós as pessoas, menos contraditórios os corações. Deus não é um dever, é amor e liberdade! E isso, caros amigos e amigas, é Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Quero cultivar um coração disponível e alegre para o trabalho na vinha do Senhor.

REZAR A PALAVRA
Senhor da vinha, que cultivas o vinho do amor, e dás a beber o teu sangue,
Tu que recolhes o sumo do labor daqueles que amam e servem,
embriagados de sonhos por acreditarem no fruto do teu campo:
Livra-me das intenções abastecidas de palavras, mas esvaídas de ardor;
proteje-me da cegueira obstinada e do ar viciado das minhas justificações.
Vinhateiro, que és Pai e és Esposo, a tua vinha é a minha preciosa herança!
O amor da tua vinha será o meu afã, a tua delícia será o meu inteiro gozo.
Envia-me... num vendaval de sins e de nãos, a tua vontade é a minha estrada.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

XXV DOMINGO COMUM A

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua vinha. Saiu a meia-manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha, e dar-vos-ei o que for justo’. E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’. Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: «Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora, e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’. Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos». (mT 20, 1-16)

Caros amigos e caras amigas, incomoda-nos a excessiva generosidade de Deus. Com os primeiros trabalhadores o Senhor parece ser justo; com os segundos Ele é misericordioso. Na verdade, Deus ama a todos por igual. O seu amor é único e indivisível, não mensurável nem quantificável.

A paixão do vinhateiro
Entre todos os campos de cultivo, a vinha é aquele onde o agricultor investe mais paixão e que requer mais cuidados. É na vinha que o lavrador investe mais suor e poesia, paciência e inteligência, amor e preocupação. É o trabalho que ama mais: na parábola sai por cinco vezes à procura de trabalhadores, porque estão ociosos ou porque sem eles não se termina o trabalho.
É esta a paixão de Deus. É esta minha vida que O fascina, como vinha que espera pelo fruto da alegria. É este o seu anseio de partilhar comigo os trabalhos e responsabilidades do Reino.

Deus não sabe matemática
Não é um Deus que conta ou subtrai, mas um Deus que acrescenta continuamente um mais. É um Deus que intensifica a jornada e multiplica o fruto do trabalho. Não procuremos então o porquê da igualdade no pagamento, mas centremo-nos antes no acréscimo, no incremento de vida que se espalha sobre todos os trabalhadores, no aumento de alegria e na presença jovial de tantos que colaboram e se sentam à mesma mesa.

“Vinde vós também trabalhar para a minha vinha”
Desde a primeira aurora existe na parábola um tesouro inestimável, o de estar sempre com o Senhor, tal como o filho mais velho doutra parábola que goza da presença do Pai: “tu estás sempre comigo e aquilo que é meu é teu”. Esquecemo-nos facilmente que os trabalhadores da primeira hora gozam da alegria e presença do Mestre desde o início. É um dom poder trabalhar na sua vinha; e é um privilégio poder voltar nos dias seguintes. Não nos deixemos levar pelo míope fiscalismo. Todos somos mendicantes, clandestinos sem direitos, pobres e afamados, à espera de um convite, de uma palavra que sacie, de um encontro que dê vida. A voz que chama não pede para realizar trabalhos forçados. É antes um anúncio alegre, um tesouro que dá vida: estar na vinha do Senhor é estar na sua via e na sua vida. E isso, caros amigos, é Evangelho.

VIVER A PALAVRA
O serviço na vinha do Senhor pede-me um empenho inteiro: entusiasmado e desinteressado.

REZAR A PALAVRA
Senhor, ensina-me o mistério fecundo do teu tempo,
ensina-me a disponibilidade eterna do teu servir.
Ensina-me a docilidade atenta do teu convite e a bondade justa do teu agir.
Coloca no meu desejo quotidiano de murmurar
uma semente de paz, de acolhimento e de gratuidade.
Coloca no meu querer, confuso e preguiçoso, uma semente de escuta,
de prontidão e de obediência. Quero trabalhar na tua vinha, Senhor!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

XXIV DOMINGO COMUM A

Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?». Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os filhos e tudo quanto possuía, para assim pagar a dívida. Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’. Cheio de compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’. Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo:
‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’. Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto devia. Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido. Então, o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque mo pediste. Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’. E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração».

Caros amigos e amigas, através desta parábola contabilística, Jesus revela a grandeza do perdão de Deus, a álgebra que nós temos de estudar para exercer o perdão para com os nossos irmãos.

Os cálculos do perdão
Pedro faz contas de cabeça e até parece apresentar a Jesus um cálculo arrojado, quanto ao perdão. Mas Jesus puxa os cálculos até à medida incomensurável de Deus. Esta parábola revela-nos qual a nossa situação de dívida em relação a Deus. O impacto é tanto maior se considerarmos a abissal desproporção entre as duas dívidas mencionadas. Como o primeiro servo da parábola, nós temos perante Deus uma conta impossível de saldar. Mas quantas vezes, como o servo perdoado, somos uns credores impiedosos? Tendemos a organizar um cadastro e debitar ao outro a mínima falha. Ainda que dissimulada, a vingança é prezada. Achamos que o outro deve sentir que nos ofendeu. Mas fará sentido ocupar o tempo da nossa alegria a desfrutar amuos e a coleccionar mágoas?! Incrivelmente no espaço precioso da nossa memória vogam velhas ninharias que puxamos com facilidade, para atirar à cara do irmão! Perdoar pode significar morrer, mas estende a vida e a vida do outro vivifica-nos…

Perdoou-lhe a dívida
O perdão está nas delícias de Deus. Perdoar é a sua especialidade. Só Aquele que nos criou sabe bem como recriar-nos. O perdão é recriação, dá a liberdade, faz viver. Pensar levianamente no perdão de Deus é também abordar a questão do pecado ou da justiça com superficialidade. Perde-se o sentido do pecado quando se perde o sentido do amor. Será que relativizamos os mandamentos, as regras de boa conduta, os deveres… por achar que sempre podemos obter de Deus uma absolvição… arbitrária? Não, amigos e amigas, o perdão não se pode confundir com impunidade. E não é preciso que Deus nos castigue: as consequências virão, mais cedo ou mais tarde, como fruto amargo do amargo que tivermos semeado. Não é Deus que perde quando pecamos, quem perde somos sempre nós e Ele não suporta que nos percamos, por isso a sua misericórdia está sempre de portas abertas.

Assim procederá convosco meu Pai celeste…
Não se convence alguém a perdoar com uma palmada nas costas e uma frase do género: “Deixa lá!” Mas há um motivo poderosíssimo que nos pode conduzir a todos os perdões: é o perdão de Deus. No alto da Cruz Jesus brada: “Pai, perdoa-lhes” e não diz: “Pai, Eu lhes perdoo!” Ele entrega o perdão ao Pai. O perdão que concedemos não pode depender de qualquer burocracia, tornar-se fonte de humilhação para o irmão, nem é uma esmola dada pelo nosso conceito de superioridade. Antes de ser uma dívida para connosco, a ofensa do outro é uma dívida para com Deus e é a Ele que pertence perdoar. A nós compete-nos ser intérpretes do perdão de que nós próprios fruímos, tal como deveria ter feito o servo da parábola, amnistiado pelo seu senhor. Mas se fechamos o perdão ao irmão, como podemos abrir-nos ao perdão de Deus?
Caros amigos e amigas, com um amor tão imenso a amar-nos nós podemos e temos de perdoar… sempre e totalmente. Com os números, mesmo escassos e titubeantes, dos nossos perdões Jesus pode e quer fazer de cada um de nós o resultado exorbitante de um saldo positivo de vida… e isso é Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Vou olhar com amor, abraçar sem distinção e perdoar sem medida.

REZAR A PALAVRA
Pai Nosso, que estás nos Céus, o prazo infinito do teu amor dá-me confiança:
perdoa a minha débil consciência de que preciso do teu perdão;
perdoa a quem me tem ofendido, como quero que a mim me perdoes;
perdoa o perdão insuficiente e mesquinho que concedo a quem me ofendeu;
Pai Nosso, que estás nos Céus, perdoa a minha ofensa
assim como perdoo a quem me tem ofendido.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

XXIII DOMINGO COMUM A

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganhado o teu irmão. Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu. Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles». (Mt 18, 15-20)

Caros amigos e amigas, todos os dias as nossas relações com os outros são postas à prova. No Evangelho de hoje Jesus revela-nos o caminho correcto desde a ofensa até ao irmão. O acento está no irmão e não na ofensa.

A indiferença, a ofensa ou o irmão?
É séria a tentação de nos movimentarmos como fragmentos individuais que não se tocam, ou encerrarmo-nos numa campânula de indiferença, a pretexto de uma tolerância inútil. É tão cómodo não ter nada a ver com os outros! Não é bom que apenas nos demos conta da sua existência quando nos incomodam e nos ferem, não é bom deixar que o incómodo e a ferida lhe tapem o rosto e insinuem apenas a sua fealdade. Com muita frequência temos na ponta da língua a displicente réplica de Caim: “Porventura sou guarda do meu irmão?” Mas esta pergunta está comprometida com a incapacidade de integrarmos o outro na nossa vida e, não raro, pretende disfarçar o nosso próprio contributo para a sua perda. Deus, porém, insiste em perguntar: Onde está o teu irmão? E coloca-se, Ele mesmo, na pele deste irmão de todos os tempos, que se faz pecado, que é acusado e lançado fora da cidade e ali derrama um sangue que há-de gritar a reconciliação. Jesus convida-nos a sentir o outro como parte de nós mesmos, de modo que a sua perda se possa comparar à dor de uma amputação.

Ir até ao fim para ganhar o irmão
Temos aqui um verdadeiro manual de correcção fraterna. Apreciemos o gradativo processo em que Jesus nos revela a forma de agir de Deus para nos ganhar. Começa por se abeirar de nós, pessoalmente, falando-nos ao coração através da sua Palavra e da oração. Ele envia o seu próprio Filho numa carne semelhante à nossa para que melhor O entendamos e investe em todas as formas de persuasão até chegar à eloquência da Cruz. Se, ainda assim, O não ouvimos, Ele tenta a nossa cura no aconchego comunitário. Deus simplesmente nunca desiste de nós e esgota todas as possibilidades de redenção. Quando nos considera como pagãos ou publicanos não quer dizer que nos lance fora, mas que respeita esse espaço sagrado que se chama liberdade individual.
É preciso entender que nós somos solicitude do Senhor para com os nossos irmãos e que ser sentinela não é estar à espera que o irmão peque para premir o gatilho de uma acusação gratuita e arrogante. A denúncia faz parte da cura, mas não vale entrarmos pela porta fácil da coação, da manipulação ou de qualquer tipo de terrorismo moralista. O pecado do outro não pode ser pretexto para nos arvorarmos em superioridade e presunção. O Senhor aponta-nos a delicadeza própria d’Ele, uma diligência que se antecipa, mas que não humilha. Ensina-nos a vencer a indiferença com a força do diálogo e da humildade. O irmão não se sequestra, não se torce, não se verga, mas ganha-se, até ao ponto de ele se nos dar voluntariamente. O irmão é um troféu pelo qual vale a pena lutar!

A comunidade é o Céu
Ainda que suportar o peso da diferença do outro seja fonte de dor e contradição, já sabíamos que “a união faz a força” e tínhamos esplêndidos tratados sobre associativismo, mas Jesus faz-nos uma revelação impressionante: o Seu nome transfigura a comunidade e esta tem o poder de agarrar o céu para dentro de si mesma, liga e desliga no céu. A comunidade com Jesus não é um espaço de consumo egoísta, mas um manancial de partilha onde se sente o irmão como parte de nós e onde podemos degustar a presença do próprio Deus e o dom total de Si mesmo. É o ambiente privilegiado onde Deus nos educa, nos cura e nos mima. Ela mesma é o Céu.
Jesus sente-se bem em família! Convidemo-l’O para a nossa. Sintamos n’Ele a alegria exigente de viver em Igreja e façamos das nossas paróquias e das nossas famílias comunidades que têm n’Ele o segredo da sua solidez! Porque a comunidade, amigos e amigas, é o mais belo livro onde Deus escreve a força do Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Nos gestos do meu dia-a-dia serei ponte que liga o Homem a Deus.

REZAR A PALAVRA
Senhor, segredas o perdão na história que cresce em mim...
Senhor, o teu abraço de irmão, lança-me para o Pai...
porque me une, com a cor e a força do Espirito,
à verdadeira fé, à firme esperança, ao perfeito amor.
Senhor, quero ser teu...só teu...saborerar a união de vontades
e seguir as pegadas do teu sim, de mãos dadas com o irmão.
Reunidos em teu nome, contemplamos-te no centro...
És o motivo, o início e a meta dos nossos laços! Tu estás no meio de nós!!!