sábado, 31 de maio de 2014

Ascensão A



Evangelho segundo S. Mateus 28, 16-20
Naquele tempo, os onze discípulos partiram para a Galileia, em direcção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».

Caros amigos e amigas, hoje dia da Ascensão, Jesus subiu ao céu. Suba também com Ele o nosso coração, para que estando ainda na terra possamos já descansar com Cristo no céu (Sto. Agostinho).

Interpelações da Palavra
Recomeçar da Galileia
Os discípulos partem para a Galileia, o lugar do encontro e do enamoramento onde tudo tinha começado: ali eles tinham lido no olhar de Jesus as rotas da plenitude e, deixando tudo, seguiram-No. Agora, Jesus fixa novo encontro neste lugar da vida e do amor primeiro, e não em Jerusalém onde o sonho parecia ter terminado. Ele bem sabe que as dúvidas e os medos daqueles homens com o coração amargurado são também as nossas. Por isso, mesmo no lugar mais distante, Deus continua a tocar apaixonadamente as periferias da nossa vida. E, se Jesus regressa ao Pai, leva todavia consigo a cor da nossa terra, as feridas contraídas por amor nas mãos, nos pés e no coração, o sabor dos nossos beijos, os de afecto e os de traição, o desejo ardente de estar sempre connosco… por isso Ele faz entrar na casa do Pai a nossa humanidade!
Jesus não partiu para uma região geográfica desconhecida, mas foi para o mais profundo do nosso coração, aquele lugar que nos leva a sair da nossa prisão egoística, rumo àquele amor que abraça o universo.

Ide, ensinai, baptizai… todas as nações!
Imagino a cara dos discípulos diante da imensa surpresa da missão. Apesar das suas fragilidades e contradições, Jesus oferece-lhes uma confiança nova, intacta e envia-os pelos caminhos da vida e da humanidade, até às fronteiras mais distantes da terra. O milagre do Evangelho é, então, prodigamente semeado nas sílabas da voz humana e nas frágeis mãos de cada pessoa.
Ainda hoje Deus convida a ir, a sair, a mergulhar na vida e no amor, sem que a nossa fragilidade O detenha. Ele sabe que a sua palavra é semente nova na nossa terra árida, fermento capaz de se deixar activar pelo Espírito.
Sim, ir e sair pois só saindo encontraremos a vida que nos precede! Só mergulhando descobriremos o oceano de amor! Só caminhando alcançaremos a terra prometida e o irmão, o lugar onde Deus se pode encontrar.

Eu estou sempre convosco
No fim do Evangelho descobrimos que a promessa inicial de Deus – ser o Emanuel, o Deus connosco – se mantém. Ele não se satisfaz com visitas fortuitas, mas promete estar presente todos os dias, dia após dia, de luz e de trevas, de presença e de silêncio. Jesus não assegura coisas, riquezas, comodismos; afiança antes uma relação e uma companhia: Eu estou sempre convosco! Nunca mais estaremos sós. Nunca mais um Deus distante, separado, esquecido no alto dos céus, mas sim amassado com a humanidade. Céu e terra reproduzidos, multiplicados e engendrados juntos.
Desta união, o homem sairá recoberto de céu, porque o Filho se revestiu da humanidade. Em Jesus as realidades celestes beijaram a terra e as terrestres foram elevadas à intimidade de Deus. Maravilhosa missão que nos é confiada: criar laços com a eternidade, enamorar-se do céu, ser escada do paraíso, anunciar uma verticalidade de esperança aos caídos na fragilidade. A missão é salvar um pedaço do céu na nossa vida e fazer nascer uma semente de éden no coração da humanidade.

Ainda hoje, Deus mete os seus passos nas nossas pegadas. Basta subir e descer a humanidade de Cristo para encontrar a bênção de Deus. E isso, caros amigos e amigas, é Evangelho!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor, novamente marcas encontro para acender no meu olhar apagado, o fogo do teu Espírito!
És um Deus que não encerra a minha história de infidelidade, tu reabilitas em mim a confiança.
Maravilha-me que, mais uma vez, confies nas minhas mãos egoístas e nos meus pés indecisos,
que me incumbas de ser mensagem tua, roteiro da tua presença, expressão do teu amor.
Assumes o meu presente com a tua presença. Tu envias-me: não toleres que adormeça em mim,
quero percorrer contigo as estradas, ensina-me o poder do amor, a ser presença, a buscar e a ser céu.

Viver a Palavra

Vou dar razões da esperança a todos os que se cruzarem com a minha vida.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

VI Domingo Páscoa A



Evangelho segundo S. João 14, 15-21
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco: Ele é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece, mas que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós. Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós. Daqui a pouco o mundo já não Me verá, mas vós ver-Me-eis, porque Eu vivo e vós vivereis. Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e Eu em vós. Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai, e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».

Caros amigos e amigas, as palavras do Evangelho de hoje são para saborear pacientemente no coração. Jesus tem uma única preocupação: amar! O amor faz de nós alguém: filhos e irmãos.

Interpelações da Palavra

“Se me amardes guardareis os meus mandamentos”
Como é estranho aos nossos ouvidos este discurso de Jesus! Sim, naquele “se” tão pequeno e frágil, respeitoso da liberdade, paciente e confiante, Jesus não ameaça nem obriga, apenas convida. O amor é dom e escolha! O Mestre não está preocupado em descrever o conteúdo dos mandamentos, nem em elencar um decálogo, desafia antes a fazer da vida uma parábola de amor e comunhão. Se em cada gesto e em cada palavra houver uma semente de amor então as mesmas ganham um ardor novo, uma beleza impensável, fazem vibrar a vida. Amar transforma a vida, perdoa os inimigos, abraça os humildes, renova os condenados, seca as lágrimas, põe o coração a arder, abre ao infinito! Sim, se amares sentirás o pulsar do coração de Deus em ti!

“Paráclito e Espírito de verdade”
Nos julgamentos hebraicos, quando era pronunciada uma sentença, acontecia por vezes que um homem de boa reputação incontestada colocar-se junto do acusado defendo assim a sua causa. A esta pessoa chamava-se o “paráclito”. Este testemunho silencioso e convincente confundia os acusadores. No Evangelho encontramos também Jesus como paráclito da mulher acusada de adultério que, em silêncio, escreve com o dedo no chão. Agora, pede ao Pai para enviar outro paráclito que, discretamente, está junto de nós, como testemunha silenciosa da verdade. O Espírito é assim o dedo de Deus que, ainda hoje, escreve sobre o pó do nosso coração as palavras de uma aliança nova. É Ele que grava na nossa vida um amor total que nunca poderá ser esquecido. É o Espírito que consola, exorta, encoraja, está ao nosso lado, dá alegria à vida.
O Espírito Santo recorda-nos as palavras de Jesus de que não estamos sós, faz-nos penetrar no mistério divino abrindo-nos a inteligência e o coração. O Espírito é como uma música que ressoa na história, em todos os tempos e em cada pessoa, abrindo para horizontes nunca antes explorados. Ele é a harmonia que faz bela a vida.

“Não vos deixarei órfãos”
Como são consoladoras as palavras de Jesus que nos recordam a identidade de filhos! Estar no Pai, estar com quem se ama, é não morrer de solidão, abandonado ou esquecido. A Igreja, casa da família, não é um lugar para os órfãos ou para os sem-abrigo. Ali vive-se e procura-se viver o sonho de Deus: que ninguém seja só, mas unido e habitado pela sua presença de amor. Porque o amor faz-se sempre densidade de presença para o amado, faz-se morada e alimento.

A presença de Deus não se conquista, não se compra, não está longe. Acolhe-se dentro, naquele lugar onde o Espírito sussurra repetidamente no nosso coração: “Abbá – Pai”. E isso, caros amigos e amigas, é Evangelho!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor, no cinzento aflitivo do medo, na secura egoísta do hoje, não estou só.
Senhor, na mentira intoxicante da competição, na rota incompreendida de cada ser, não estou só.
Senhor, na teimosia da solidão disfarçada, no silêncio gritante da dor, não estou só.
Não estou só, Senhor, porque me amas, me acompanhas e lanças sobre mim o Espírito de Paz.
Não estou só, Senhor, porque me amas, me conheces e convidas ao amor, no Espírito de luz.
Não estou só, Senhor, porque me amas e me presenteias com a luz de cada dia!

Viver a Palavra

Vou ser instrumento de paz, eco do Espírito Santo em cada irmão que se sinta só.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Imposição dos Lenços - Sortes

No passado dia 17 de Abril, 17 jovens e crianças de Bragança e das aldeias de Sortes e Viduedo (UP Senhora da Serra) participaram na imposição de lenços da JEF, lenços esses sinal da pertença à JEF. Pretende-se que cada um procure viver com entusiasmo na fé intensificando o amor à Eucaristia. Todos os jovens e crianças e restante assembleia afirmaram, novamente, “Eis-me aqui, envia-me!”.

Esta cerimónia foi incluída na Eucaristia e Procissão de velas, realizada na paróquia de Sortes, em louvor de Nossa Senhora de Fátima. A Eucaristia e Procissão de velas foi presidida pelo Sr. Padre José Luís com o apoio das Irmãs Maria José e Conceição Borges nos cânticos, na oração do terço e na imposição dos lenços. A todos o nosso muito obrigado. Desta celebração fez também parte a benção das rosas que, membros da populaçao da aldeia de Sortes, arranjaram carinhosamente em pequenos ramos.

No final cada um levou para suas casas as rosas bentas conjuntamente com um pequeno símbolo de Maria, um “SIM” à Mãe de Jesus. Em sinal de despedida ou de um “até já” cada um saudou Nossa Senhora atirando pétalas de rosa para o seu altar.


A Juventude da Freguesia de Sortes ficou muito satizfeita com esta cerimónia e muito se alegra por, a partir de agora, serem também eles membros da Juventude Eucarística Franciscana.

Daniela Lopes







Dia Diocesano da Juventude 2014

A JEF esteve presente no Dia Diocesano da Juventude que teve lugar em Freixo de Espada à Cinta.
No Sábado houve um Vigília dinamizada pelos jovens da Juventude Eucarística Franciscana.




No Domingo na parte da manhã os jovem tiveram atividades no centro da vila, e na parte da tarde estiveram na congida onde lá viveram a Eucaristia e as várias atividades propostas pelo Secretariado. 








quinta-feira, 15 de maio de 2014

V Domingo Páscoa A



Evangelho segundo S. João 14, 1-12
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não se perturbe o vosso coração. Se acreditais em Deus, acreditai também em Mim. Em casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fosse, Eu vos teria dito que vou preparar-vos um lugar? Quando eu for preparar-vos um lugar, virei novamente para vos levar comigo, para que, onde Eu estou, estejais vós também. Para onde Eu vou, conheceis o caminho». Disse-Lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais: como podemos conhecer o caminho?». Respondeu-lhe Jesus: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim. Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. Mas desde agora já O conheceis e já O vistes». Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta». Respondeu-lhe Jesus: «Há tanto tempo que estou convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como podes tu dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? Não acreditas que Eu estou no Pai e o Pai está em Mim? As palavras que Eu vos digo, não as digo por Mim próprio; mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras. Acreditai-Me: Eu estou no Pai e o Pai está em Mim; acreditai ao menos pelas minhas obras. Em verdade, em verdade vos digo: quem acredita em Mim fará também as obras que Eu faço e fará obras ainda maiores, porque Eu vou para o Pai».

Caros amigos e amigas, o Evangelho de hoje contém uma fórmula poderosa para os corações perturbados, um alento para as vidas à procura de rumo e de sentido… o Caminho, a Verdade e a Vida, com o artigo definido, é tudo o que precisamos para nos animar a existência. E nós sabemos como encontra-l’O… temo-l’O!

Interpelações da Palavra
Ser casa
A casa é o lugar onde a vida é mais verdadeira e íntima. A verdadeira casa, é o Coração do Pai, meta anunciada e preparada por Jesus. Ele bem se recordava da casa de Nazaré, das suas cores e perfumes, onde aprendeu os traços da humanidade e as alegrias familiares; da casa de Betânia, lugar da amizade e do repouso; das casas dos amigos, em súplica ou em festa; da casa do cenáculo onde, à volta da mesa, a Vida deu mais vida.
Ser discípulo de Jesus é fazer com que Deus seja presente na nossa casa e vida, é deixar-se acolher pelo amor paterno. Ser Igreja não é ser templo nem museu arqueológico, fechando Deus entre paredes frias e mortas. Ser Igreja é ser casa, ser família, onde se vive e celebra a vida! É estar com Aquele que serena o coração.

“Senhor, não sabemos para onde vais?”
Naquela tarde, Tomé dirige a Jesus o eco da pergunta mais radical da humanidade: para onde vais, Senhor? Qual é o destino da vida? A felicidade terá futuro? Imagino o rosto sorridente de Jesus enquanto repete por dez vezes a resposta: PAI! Porque só o Pai basta! É Ele o destino. É Ele que tem preparado um especial lugar de eternidade no seu coração. É Ele que anseia por cada um de nós. E não apenas amanhã, num futuro imprevisto, mas já agora. Jesus não nos fala de habitações que se prendem a lugares, não é de lugares que Jesus fala, mas de uma pessoa que em permanência nos acolhe.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”

 E para ter acesso ao Pai não há um caminho… é também uma pessoa que se deve percorrer. É a pessoa que arrasta, fascina, encanta, não os conceitos, as ideias ou as “verdades” manipuladas. É Jesus que conduz mais além. Ele é caminho, companheiro de viagem que se estende aos nossos pés para nos conduzir à meta. Ele dá segurança aos passos, alivia a aspereza do terreno, abrevia a distância da casa paterna. É Ele o acesso cheio de vida e de verdade ao Pai. “Quem o vê, vê o Pai”. No rosto humano e visível de Jesus, está em filigrana o rosto invisível do Pai. É também nos nossos traços humanos que Deus se revela. Em cada pessoa existe um fragmento de Deus. A voz, o rosto, o respiro, o coração e os passos de Cristo estão ao alcance de todos, para que Deus possa caminhar junto de cada filho. E isso, caros amigos e amigas, é Evangelho!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor, aprendo contigo a iniciativa do Teu amor por mim.
És Tu quem preparas o espaço do encontro, és Tu quem desejas a aliança comigo,
És Tu quem espera a minha presença, és Tu quem acolhes o meu regresso,
És Tu quem chamas pelo meu nome, és Tu que Te dás incondicionalmente.
Queres-me contigo, levas-me no caminho, ofereces-me a Tua vida…
Tu, és Tu o primeiro, o único, a paz de todo o meu ser que aspira crer.

Viver a Palavra

Vou descobrir obras de Deus no caminho de cada dia, como reflexo da Sua presença.