sábado, 17 de abril de 2010

Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem…



1Algum tempo depois, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, e manifestou-se deste modo: 2estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos. 3Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. 4Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. 5Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» 6Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.»Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.
7Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água. 8Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros. 9Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão. 10Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.» 11Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. 12Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. 14Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos. (Jo 21)

Mais uma manhã… uma manhã de mistério… de ressurreição.
Após uma noite de cansaço e frustração, de esforço e desânimo, de decepção e improdutividade, o ressucitado aparece. E quando Ele chega, a manhã cinzenta transforma-se, a noite da frustração muda de aspecto.
À pergunta de Jesus «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?», as mãos vazias dos diccípulos são a resposta. Então Jesus propõe a solução para que possam encontrar o que procuram. Fazer o mesmo que sempre têm feito, mas segundo a Sua orientação e a Sua Palavra: lançar as redes para o lado direito. A novidade desta proposta não está no que se faz, mas na obediência. A “pesca sem sucesso” surge da iniciativa humana, a “pesca milagrosa” nasce da proposta de Jesus Ressucitado. Precisamos ouvir a Palavra de Jesus e executar consciente e atentamente os nossos afazeres diários. Assim virão os resultados e a palavra de Jesus nos guiará para o fundo do nosso mar interior.
Quando a rede se enche, da totalidade (153 grandes peixes), o discípulo atento, o discípulo que Ele amava, dá-se conta que é Jesus que está na margem: «É o Senhor!». O amor reconhece o ressucitado no meio das actividades diárias, no meio do trabalho, da escola, da viagem. O ressuscitado está connosco. Mas é necessário um olhar de amor para perceber a sua presença.
E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?». Os cristãos acreditam, não perguntam. Por ser o Senhor que está no meio deles, a manhã cinzenta transforma-se num clima de intimidade e de amor. Na celebração eucaristica experimentamos a ressurreição, a presença de Jesus.
É nas coisas simples do dia-a-dia que o véu é tirado, que se faz a expriência do ressuscitado, que a manhã cinzenta se torna colorida, que pescamos felicidade dentro de nós. Basta que vivamos atentos e obedientes à Palavra e tenhamos um olhar cheio de amor para reconhecer Jesus ressuscitado.
(Jesus Porta para a vida, Anselm Grün, com adaptações)


Vou pescar,
Lançar as redes da vida
Para encontrar alimento
Que sacie a minha sede de felicidade.

Vou pescar,
Experimentar o gozo da aventura,
Da procura de sentido
Para o sonho que constróis em mim.

Vou pescar,
Partilhar a alegria do serviço
A graça da fraternidade
O mistério e o risco da comunhão.

Mas…não apanharei nada…
as redes surgirão vazias…
o esforço de nada valerá…
Se não lançar as redes segundo tua proposta,

Quero olhar com amor para te reconhecer
E as manhãs cinzentas da frustração
Se tornarem coloridas, proque Tu estás…


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