No dia 2 de Fevereiro a Igreja assinala a festa da Apresentação do Senhor, durante a qual se evoca o momento em que Cristo, 40 dias após o seu nascimento, foi oferecido a Deus pelos pais, em rito previsto nos preceitos religiosos judaicos. Esta foi também a data escolhida pelo VenerávelJoão Paulo II desde 1997 para celebrar o anual Dia da Vida Consagrada explicando o seu objetivo: “ajudar toda a Igreja a valorizar sempre mais o testemunho das pessoas que escolheram seguir a Cristo mais de perto, mediante a prática dos conselhos evangélicos e, ao mesmo tempo, quer ser para as pessoas consagradas uma ocasião propícia para renovar os propósitos e reavivar os sentimentos, que devem inspirar a sua doação ao Senhor».
o olhar de Cristo que continua a transformar vidas:
Olhar que acorda o caos de cada instante
e impregna um movimento galopante.
Olhar que abrange o espaço sideral.
Do Universo, olhar primordial.
Olhar que impele caudais e tange o vento,
navega na ilusão de cada invento;
afoga a letargia, escoa o nada
e espreita em cada obra começada.
Olhar sob o qual geme o germinar
do cérebro e da terra a destilar
a evolução. Olhar: espaço e meio
onde o tempo acontece. Pilar, esteio.
Olhar que nos liberta e nos domina
o vital grito. Olhar que nos ensina
a domar a arrogância. Mansidão.
Matriz onde se engendra a Criação.
Olhar tão alto e nobre, olhar já perto
da íntima verdade. Olhar, deserto,
onde tudo cabe e tudo escalda.
Olhar que até nosso desterro salda.
Olhar de cujo pranto a chuva é ouro,
fecundo choro, orgânico tesouro.
Onda de mar imenso e fantasia
que segura o filão da harmonia.
Olhar de encanto, doce e doloroso
que fere e cura; olhar mais luminoso
que a luz por que vemos nosso valor.
Olhar total, olhar interior.
Olhar que penetra a nudez de tudo.
Suave carícia, aguilhão pontiagudo;
paraíso e manancial de paz;
torrente, sedução: olhar voraz.
Olhar humano e lhano, olhar divino,
maduro e sábio, tenro e menino.
Olhar que, olhando, exala a essência pura:
guarda o segredo a cada criatura.
Olhar profundo, abismo indizível
humilha e vence as cristas do impossível.
Olhar que veste às flores a beleza,
relâmpago e dilúvio, vibrar da natureza.
Olhar que cria e passa como um dom,
contempla e vê que tudo é muito bom.
Olhar de qualquer cor, olhar primeiro;
a cada olhar aberto, olhar cimeiro.
Olhar que tudo abre e tudo encerra,
que a nossa identidade a nós descerra.
Olhar de fogo e luz de toda a luz!
Olhar de sempre, agora, olhar-Jesus.
Saudação amiga,
Ir. Maria José
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