quinta-feira, 3 de julho de 2014

XIV Domingo Comum A



Evangelho segundo S. Mateus 11, 25-30
Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».

Caros amigos e caras amigas, a verdade do Evangelho foi semeada na terra frágil e fecunda dos pequeninos. Quem for pequeno deixa-se encontrar e abraçar por Deus, em cada momento, bendizendo!

Interpelações da Palavra
Eu te bendigo, ó Pai…”
É este o princípio fundamental, a ordem primordial, o coração da existência de Jesus: a bênção, o louvor, o agradecimento ao Pai! Jesus entoa um hino à vida e deixa maravilhar-se com a presença de Deus nos pequenos. Ele não cai na ratoeira do pessimismo e negativismo que só vê o mal, a escuridão, o erro. Mesmo assim, o momento não era para rir: o grupo de seguidores ficara reduzido a 12; a multidão cansara-se; alguns familiares duvidavam da sua saúde mental; os chefes religiosos pretendiam silenciá-lo… Todavia, o Mestre continuava a sorrir, a maravilhar-se, a cantar, a alegrar-se, a sorrir e a amar. A sua oração revela um estilo de vida: encantar-se e enamorar-se pelo pequeno, pelo frágil e pelo pobre.
Ainda hoje é possível viver em atitude de bênção que se torna oração, estilo de vida, modo de amar e se relacionar. Mesmo diante de uma situação de desilusão, desencorajamento ou aparente falhanço, o Pai continua a tecer em nós um projecto de amor. Ocorre deixar o coração entoar um canto de louvor, ocorre ousar o caminho da acção de graças, ocorre experimentar o Magnificat dos pequenos, ocorre atrever-se à fantasia das crianças…

“…porque revelaste estas verdades aos pequeninos”
Só os pequeninos não se escandalizam diante da humildade de Deus, diante da folia da sua pobreza! Os poderosos e sábios, cheios de si, inundados de certezas e coisas, nada têm a receber e a agradecer. Só o pobre ensina a viver, apenas e simplesmente, de amor! Deus não se conquista nem se compra. É essencialmente um dom! E os pequenos conhecem o alfabeto da beleza, a linguagem dos gestos de ternura, as palavras desarmantes e directas, a facilidade do perdão e da entrega. Sim, os gestos pequenos e as palavras simples salvarão o mundo.

“Vinde a mim, todos os que andais cansados e oprimidos”
Jesus é a casa de todos aqueles que se cansam de viver, estão feridos, oprimidos, cegos… É Ele o abrigo, o porto seguro, o abraço sempre humilde e aberto à nossa espera. A nós, que pensamos que é mais fácil lastimar-se do que agradecer, Jesus oferece o repouso do seu coração. Sim, é possível restaurar-se, demorar, permanecer no seu canto de louvor. Ele não suprime o cansaço, as lágrimas, mas ensina-nos, a nós sábios e inteligentes mas analfabetos do coração, a transfigurar a dureza da vida num motivo de bênção, porque Ele está connosco.
Se acolhermos os pequeninos, descobriremos que a vida é amor. Se deixarmos que o céu e as estrelas nos entrem no coração, desvendaremos que a luz é mais forte do que as trevas. Se hospedarmos as palavras dos irmãos, descobriremos que a vida é comunhão. Se nos deixarmos tocar pelas lágrimas descobriremos que a vida é compaixão. Se nos deixarmos encantar por aquilo que somos, descobriremos que Deus é Pai. E se como filhos vivermos – acolhendo e louvando – descobriremos, caros amigos e amigas, que a vida é sempre um Evangelho!

 


Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor Jesus, Filho Amado do Pai Amante, eterno objecto da contemplação paterna
só Tu conheces o sabor filial da proximidade, a suave alegria da dependência,
envolve-me na mútua dávida divina, no íntimo abraço selado pelos laços do Espírito.
Só Tu conheces a mais madura inocência, a mais nobre simplicidade, a mais digna pequenez,
despoja-me de ambições armadilhadas e admite-me à escola da humildade e da mansidão.
Só Tu conheces a leveza e a suavidade, só Tu passas pelo mundo, ascendendo ao céu,
Eis-me aqui, para aceitar a alegria da tua vontade que me encaminha para os bens eternos.

Viver a Palavra

Vou deixar que a alegria de ser filho(a) de Deus tome conta do meu louvor.

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