quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

II Domingo Advento B


Evangelho segundo S. Marcos 1, 1-8
Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no profeta Isaías: «Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’». Apareceu João Baptista no deserto, a proclamar um baptismo de penitência para remissão dos pecados. Acorria a ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém, e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. João vestia-se de pêlos de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. E, na sua pregação, dizia: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias. Eu baptizo-vos na água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo»!».

Caros amigos e amigas, o Evangelho não é um livro, mas é uma pessoa, é Jesus Cristo. Ele é o alfabeto que nos descreve toda a beleza do coração de Deus.

Interpelações da Palavra
“Princípio do Evangelho de Jesus Cristo”
Os princípios fazem-nos entrar numa história, no sonho de uma nova criação, na possibilidade de um milagre que nos alcança! Sim, para iniciar uma aventura é preciso partir de algo bom e belo, de uma feliz notícia, de uma esperança e de um evangelho! Seria impossível começar uma empresa sob a previsão de desastre, desanimados ou tristes. Só a alegria arrasta, só a beleza encanta, só a esperança cativa. “Iniciar do Evangelho” é literalmente iniciar da “alegre notícia” e não partir dos nossos pessimismos, medos, desesperos, pecados. É iniciar a partir da alegre notícia de Deus e da sua presença nos nossos desertos.
É Jesus o segredo escondido no Evangelho, é Ele a alegre mensagem de Deus que renova a vida. Os outros são sempre a boa e feliz notícia. São sempre as pessoas os Evangelhos que Deus coloca ao nosso lado, como salvação e bênção que nos acompanham! Sim, há tanta beleza disseminada, tantos rebentos de comunhão, tanta semente de Evangelho que diariamente floresce na nossa vida, como princípio de ressurreição!

“Uma voz clama no deserto”
Até parece que quando Deus intervém directamente na história evita os lugares importantes, os espaços sagrados bem como os seus altos representantes. Escolhe, pelo contrário, as pessoas de olhar simples, os montes desabrigados, os desertos inóspitos, os recantos das casas humildes. João Baptista, na aridez e secura do deserto, curvado pelo despojamento da vida, é o grito do Evangelho: sonha com ravinas preenchidas, colinas abaixadas, trilhos que conduzem ao encontro do Senhor! Ele é a voz que introduz o Evangelho, é a austeridade que inicia a abundância, é a penitência que anuncia a misericórdia, é o mensageiro que indica os passos do Mestre que vem ao nosso encontro, nos persegue e nos alcança!

“Vai chegar depois de mim”
João Baptista é o precursor, o que veio antes do Evangelho, preparar a terra prometida: Jesus. A sua voz ainda hoje ecoa nos desertos estéreis da nossa vida. Mas é uma voz que de joelhos, indigna de desatar as sandálias, nos faz tocar Deus. E assim faz repartir a vida!
A extraordinária graça de ser precursor permite acolher, dar gosto, indicar um caminho, propor a alegria, referir o outro sem fechar-se em si mesmo. Em João estava já em germinação o milagre do Evangelho. Depois dele, caros amigos e amigas, chega a força do Espírito, a encarnação do Evangelho: vem Jesus!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor, no passo cansado do desespero, escuto a urgência da esperança,
que me conduz a acreditar na luz.
No passo perdido da solidão, escuto a serenidade do tempo,
que me lança na comunhão.
No passo mendigo da luta, escuto a essência de peregrino até ao encontro da meta.
Sou procura, sede e vazio, porque só em Ti repouso e só tu me preenches.
Vem, Senhor, habitar nesta tenda que clama a Tua paz…

Viver a Palavra

Vou trabalhar no meu coração o dom da esperança, traduzindo-a em atitudes frente às circunstâncias.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

I Domingo Advento B


Evangelho segundo S. Marcos 13, 33-37
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!».

Caros amigos e caras amigas, o breve Evangelho de hoje repete insistentemente o apelo à vigilância, para que ninguém perca o encontro com Aquele que vem para nos salvar.

Interpelações da Palavra
Não sabeis quando…
É verdade que nada ficou agendado para o seu regresso, mas tudo na casa fala ainda dele, cada esquina lembra um evento, respira-se ainda o eco das suas palavras e o perfume dos seus gestos, recordam-se com saudades os momentos de amor. Agora, espera-se com renovada esperança o seu regresso. O desejo de sentir novamente o seu bater à porta acompanha cada instante. O coração está vigilante mesmo quando os sonhos descansam. Para o amante cada momento, à tarde, à meia-noite, de manhãzinha, é sempre tempo de encontro com o Senhor.
Maravilhosa aventura de um Deus que vem ao nosso encontro e que inesperadamente nos surpreende, porque vem junto a nós não como o tínhamos pensado, planificado, acreditado, esperado. Ele é o Deus das surpresas que nos maravilha sempre com a criatividade do amor.

O amor nunca tem sono!
O perigo é o de uma vida adormecida e anestesiada, distraída e anónima, diluída e esquecida. Uma existência incapaz de encanto e de esperança. Adormece quem não espera nada, quem deixou de sonhar, de perscrutar o horizonte e de se maravilhar por um olhar. Adormece quem não caminha, não se empenha em entender o mundo e a história. Adormecem os discípulos no horto das oliveiras, incapazes de acompanhar o Amor até ao calvário.
Não nos perdoaremos por ter perdido justamente aquele momento de Céu para o qual nascemos, porque os passos de Deus são inesperados tal como é surpreendente o amor, a sua vinda é pontual como é preciso o amor, o seu regresso é certo como cuidadoso é o amor. Na verdade, o amor nunca dorme! E aos adormecidos repete: “Levanta-te, tu que dormes, ressuscita, tu que estás morto, e Cristo brilhará sobre ti” (Efésios 5, 14).

Vigiai! Vigiai! Vigiai!
O Mestre convida para esta apaixonada espera porque esperar é essencialmente amar! Vigiar é olhar em frente, perscrutar a noite, espiar a aurora, espreitar o que nasce, velar os segredos da vida, cuidar das sementes de luz e ressurreição, porque a noite não é a última palavra. Estar alerta, vigilante aos adventos desta terra, é antecipar as sementes de luz, aguardar com júbilo os encontros que nos esperam, é estar atento aos silêncios e aos gritos dos outros, aos sorrisos e às ofertas, às lágrimas e às profecias, às carícias e às primaveras, que constantemente fazem o Criador bater à nossa porta.
Somos convidados a estar alertas na grande noite do mundo como sentinelas do amor. Somos convidados a olhar o futuro que vem ao nosso encontro, a esperar o amigo e esposo que nos faz palpitar o coração, na certeza que um mundo novo está em germinação. Por isso, caro amigo e cara amiga, abre os olhos e vê, abre os ouvidos e escuta, abre o coração e ama, fica acordado e ressuscita! E espera o milagre, silencioso e constante, que diariamente te desperta. Assim, preparas o advento do Evangelho!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor, porque o ambiente te toca, aconchega-me a alegria, a doçura da luz fala-me de Ti!
Tudo é festa porque a tua mão acaricia a minha solidão, o teu horizonte abraça o meu olhar.
A esperança é perfeita porque Tu a defines, só soletro a alegria nas letras do teu nome.
A vida só é bela, quando corre o risco de te ser entregue: quero esperar-te apaixonadamente.
Talvez não importa o quando, importa saber que sim, que tu vens porque nunca deixas de estar,
que tens esta pressa de não me abandonar, este desígnio de me acompanhar…
Afasta a opacidade do meu cepticismo, o vício da descrença que me bloqueia.
Que esta premente curiosidade do novo seja santificada pela tua promessa! Vem, Senhor Jesus!

Viver a Palavra

Vou perscrutar o meu coração para encontrar sinais de que confio e espero (n)o Senhor.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Festival Jovem da Diocese de Bragança-Miranda

Dois grupos de jovens da JEF do Movimento Eucarístico de Leigos participaram no Festival Jovem da Canção Mensagem da Diocese de Bragança no passado dia 22 de novembro.


Grupo Estrela Cintilante
Centro D. Abílio Vaz das Neves - Macedo de Cavaleiros
Tema: Tu fazes a diferença
Letra e música: Ir. Maria José Diegues de Oliveira

Grupo Sorrisos Missionários
Bragança
Tema: Pés Caminhantes
Letra: Ir. Maria José Diegues de Oliveira
Música: Ir. Maria da Conceição Afonso Borges

Pés Caminhantes - festival jovem da canção mensagem

domingo, 23 de novembro de 2014

XXXIV Domingo Comum A - CRISTO REI


Evangelho segundo S. Mateus 25, 31-46
Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão na sua presença, e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes’. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’. Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’. E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’. Estes irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna».

Caras amigas e amigos, a festa de Cristo Rei no fim do ano litúrgico coloca em cena o juízo final. Aqui o Evangelho recorda que seremos julgados apenas sobre o amor. E que sem amor não entraremos na Glória.

Interpelações da Palavra
Ele separará… como o pastor
Afinal quem nos julgará é Aquele que se apresentou como o Bom Pastor, Aquele que conduz os seus amados aos prados da vida, Aquele que nos defende, que “não veio para condenar” mas para “dar a vida pelas suas ovelhas”. Se Ele dá a vida por nós, então salvar-se está apenas a um passo de aceitar essa vida. Afinal o juízo de Deus é tão simples. Não é feito através de um complicado processo, não tem como base uma lista de pecados… a separação é decidida pelas nossas próprias opções tomadas: entre o amor e a omissão do amor.

Deus olha para as lágrimas enxugadas!
Admirável Deus que não repara nas faltas ou pecados, mas retém gravado no coração os mais pequenos gestos de beleza e de bondade! Diante Dele o pecado é esquecido, mas são infinitamente recordadas as lágrimas e as pessoas que nos foram confiadas, a multiplicação dos gestos de bênção e de salvação, as vezes em que nos tornamos pão para saciar e abraço para encorajar. Sim, diante de Deus temeremos apenas as mãos vazias, sem calos de amor, os pés intactos que não se gastaram a encurtar distâncias e a semear encontros, a indiferença muda, cega e surda ao Deus presente na vida. Ele não nos repreenderá pelo que fizemos mal, mas pelo bem que deixámos de fazer! Não haverá amanhã para quem não se fizer hoje casa e pão para os outros. No céu entrarão apenas aqueles que tiverem entrado na vida dos pobres. Afastando-nos do necessitado afastamo-nos de Deus. A perdição eterna, o inferno, é a separação e o arredamento do outro.

“A um dos meus irmãos mais pequeninos a Mim o fizestes”
O Evangelho apresenta seis passos de um percurso que nos conduz da terra aos céus, um caminho em que se toca a Deus quando se acaricia o pobre: quando se beija a ferida do enfermo contempla-se o Criador, quando se acolhe o peregrino sacia-se a sede de encontro do Altíssimo. Estranha gramática dos gestos humanos, simples, diários e concretos que se tornam alfabeto de Deus. Afinal, a vida eterna encontra-se num pedaço de pão, num copo de água, numa veste dada. O julgamento final não será então dirigido sobre a nossa pessoa, mas sobre os nossos pobres, os nossos esfomeados, os nossos abandonados. E serão eles a entoar com os Anjos o canto divino: Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo! Este é, caros amigos e amigas, o canto de alegria do Evangelho!


Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor, Rei eterno, bom, atento, justo e glorioso,
Sei que preparas para mim uma herança inesgotável
E me convidas ao banquete celestial, no palácio da Tua presença.
Mas a medida desta pertença ao Teu Reino é o amor, a caridade feita gesto
no tempo e no espaço de cada encontro com o irmão, onde Tu, Rei eterno, és…
Abre os olhos do meu coração e fortalece a decisão dos meus gestos
para que perpasse por mim a realeza do serviço, do dar a vida, do amar até ao fim…

Viver a Palavra

Vou ajudar na construção do Reino de Deus através de um gesto de caridade criativa.