quinta-feira, 15 de novembro de 2012

XXXIII Domingo Comum B


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Naqueles dias, depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os Anjos, para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais, da extremidade da terra à extremidade do céu. Aprendei a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai».

Queridos amigos e amigas, atentos aos sinais do tempo, que nos conduz ao inverno, o Senhor convida-nos este Domingo a estar atento ao Sinal verdadeiro, a Cristo, como fonte de esperança e de luz que sempre permanecerá e terá a última palavra.

O sol escurecerá
A experiência de espera dos primeiros cristãos respira ansiedade e medo. Aspiram à implantação do ditoso Reino de que falava Jesus e aguardam a Sua vinda final. O discurso apocalíptico que encontramos em Marcos é reflexo dessas aspirações. Pelos sinais do sol, da lua e das estrelas, que deixarão de “cumprir” a sua missão, entendemos que chegará o momento em que já não haverá nem tempo nem espaço. Um dia, todos, acolheremos a vida definitiva que está para além do tempo e do espaço.
O fim do mundo não é um mito do passado. Também hoje continuamos a imaginá-lo, a defini-lo e até a marcar-lhe uma data. Basta estar atento à literatura e ao cinema, que, insistentemente, tentam apresentar esse inimaginável relato. Continua viva esta esta visão apocalíptica de origem judaica sobre o final da história, como uma destruição histórica, um desastre universal. Todas estas fantasias não são cristãs, caros amigos. O cristão não anseia pela destruição, mas vive na esperança da nova criação: Eu renovo todas as coisas (Ap 21, 5)

Hão-de ver o Filho do homem
No final está o decisivo começo, aguarda-nos o abraço de Deus, o Deus revelado por Jesus, o Deus que é Pai e Mãe. Um Deus que só quer a vida, a felicidade plena dos seus amados, de todo o ser humano. Tudo ficará nas suas mãos.
Não caminhamos para o vazio. No meio de sinais que, muitas vezes nem compreendemos, Jesus é o sinal de que o Verão está próximo. Jesus é o sinal de que o amor é maior. Jesus é o sinal de que Deus está bem perto, está em nós. O sol, a lua, as estrelas podem apagar-se, mas o mundo não ficará sem luz. Será Jesus a nossa única luz, que brilhará para sempre, sem tempo e sem espaço.
O centro da fé cristã é a espera. Não esperamos um acontecimento, ou uma coisa, mas uma pessoa. O verdadeiro cristão anseia pelo encontro com Aquele que tanto ama, e por quem dá a vida, Jesus Cristo. A última palavra deste caminho de procura não está no caos, na destruição, na solidão, mas em Jesus. Ele tem a última palavra.

As minhas palavras não passarão
Esquecemos, constantemente, a nossa fragilidade. Com frequência nos denominamos imortais. Parecemos sempre tão seguros, imutáveis, intocáveis que nada nos pode abalar. Mas basta a mais serena brisa nos surpreender, para de repente nos sentirmos frágeis e recordarmos a nossa finitude. Um dia, também não haverá mais tempo, nem espaço (como este), para nós. O que nos espera depois de tantas canseiras? Nós, cristãos, apoiamo-nos na certeza imutável da ressurreição de Jesus. Porque a última palavra é a do amor. Pode tudo passar, mas “o amor jamais passará” (1Cor 13).
Tenhamos a coragem da vigilância, de perceber os sinais que Deus coloca no caminho e que nos indicam apenas o amor. Tenhamos a coragem de experimentar um caminho de esperança e não de medo e destruição. Tenhamos a coragem de semear, no escuro do inverno, a cor do Evangelho que renova todas as coisas, porque cada hora é única!

VIVER A PALAVRA
Cultivarei uma vigilância perseverante sobre o curso da minha vida, assente numa total confiança em Deus.


REZAR A PALAVRA
Meu Deus, só Tu guardas o segredo do porvir, acendes o sol e fortificas as estrelas,
Tu és Aquele que segura os céus e tem as coordenadas dos ventos. Tu és o Senhor!
Meu Deus, imenso e próximo: confio o meu viver à tua omnipresente solicitude.
Tu és o único que me conhece, confio todo o meu ser à tua omnisciente bondade.
Tu és o meu Criador e meta, confio o meu querer à omnipotente força do teu amor.
O teu colo me mima, o teu perdão me regenera, a tua beleza me alinda: confio em Ti!

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