sábado, 27 de dezembro de 2014

Sagrada Família B


Evangelho segundo S. João 1, 1-18
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino, para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo». O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações». Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia, tornava-Se robusto e enchia-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.

Caros amigos e amigas, Jesus não é um solitário ou um herói isolado, Jesus acontece e cresce em família, ensina-nos a comunhão e a novidade de cada encontro.

Interpelações da Palavra
Recebeu-O em seus braços
Simeão viveu um advento de esperança, na criatividade de cada hora, sem perder o olhar da luz e da verdadeira consolação. Só nesta justiça de coração pode habitar Jesus e é nestes braços, como foi nos de Maria, que Jesus se deixa receber. O sorriso, cheio do Espírito Santo, de Simeão, contornado pela sabedoria e confiança, acolhe o mistério que esperara. Também nós não devemos desistir de esperar, mesmo que o tempo limite as possibilidades. Quando recebemos Jesus no colo, quando acolhemos aquele que nos acolhe, os olhos rasgam-se para a certeza da salvação e a luz dissipa o cinzento de cada espera.
São estes sorrisos, rebentos de calor e de Luz, que nos fazem acreditar, como em Maria e José, e ficar maravilhados com cada milagre que o Senhor faz nas páginas do tempo.

Não se afastava do templo
Ana também vê a família, o crescer e o caminhar de um laço divino e santo. Vê a alegria da consagração e a profecia da espada. Vê a proteção de José e a ternura de Maria. Vê a beleza do Natal, do Deus que se aproxima e se faz encontro no coração que espera. Ana vê, porque esperou a liberdade. Só um coração sedento de cor pode ver a Luz. Ana não se afastava do tempo e servia. O tempo não lhe criou vícios e mantém-se na espera porque acredita no amor, acredita na alegria de Deus. Como se deixou procurar por Deus Menino, agora canta, louva de alma jovem e sorriso de criança, fala acerca deste menino que a tornou criança de novo, aberta à novidade do mistério… pois estava lá, não se afastava do templo, onde viu a família chegar.

Crescia e enchia-se de sabedoria
A família é o abraço permanente de Deus ao Menino que nasce. Jesus aprende dos pais, Maria e José, o peregrinar constante da procura da vontade de Deus, o respeito pelas prescrições da Lei do Senhor, a descoberta da beleza da sabedoria e o acolhimento do dom da graça. Neste regaço de Deus na terra, Jesus cresce. É também nas nossas famílias, quando se deixam tornar regaços de Deus, que Jesus cresce, que o perfume da família de Nazaré nos inspira e então… acontece o Evangelho!

Rezar a Palavra e contemplar o Mistério
Senhor Jesus, Menino da família de Nazaré, estrela da comunhão e fortaleza do laço da caridade
Ensina-me o abraço de filho na doçura e docilidade, na descoberta e criatividade do tempo,
a candura de mãe na ternura e sensibilidade, no silêncio, na disponibilidade de cada espaço.
Ensina-me a vigilância de pai na justiça e sabedoria, no desafio e segurança de cada crescer.
Jesus, Menino da família de Nazaré, seja cada família um eco da beleza daquela que Te acolheu.
Viver a Palavra

Vou agradecer reforçar cada laço que se constrói na minha família.

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