quinta-feira, 2 de agosto de 2012

XVIII Domingo Comum B


Naquele tempo, quando a multidão viu que nem Jesus nem os seus discípulos estavam à beira do lago, subiram todos para as barcas e foram para Cafarnaum, à procura de Jesus. Ao encontrá-l’O no outro lado do mar, disseram-Lhe: «Mestre, quando chegaste aqui?». Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do homem vos dará. A Ele é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo». Disseram-Lhe então: «Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?». Respondeu-lhes Jesus: «A obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou». Disseram-Lhe eles: «Que milagres fazes Tu, para que nós vejamos e acreditemos em Ti? Que obra realizas? No deserto os nossos pais comeram o maná, conforme está escrito: ‘Deu-lhes a comer um pão que veio do Céu’». Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu; meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu. O pão de Deus é o que desce do Céu para dar a vida ao mundo». Disseram-Lhe eles: «Senhor, dá-nos sempre desse pão». Jesus respondeu-lhes: «Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede».

Caros amigos e amigas, o Evangelho descreve a procura da multidão. Da verdadeira procura nasce o encontro. E Jesus faz-se milagre, faz-se pão, porque Ele, sim, nos procura.

À procura de Jesus
Procuramos aquilo que não temos ou ainda não conquistámos. Procuramos aquilo que perdemos ou ainda não encontrámos. Por vezes andamos nós mesmo perdidos… e precisamos procurar-nos…
A multidão do evangelho procurou Jesus, porque Ele não estava onde julgavam encontrá-l’O. Então foram procurá-l’O noutro lugar. A nossa vida é um caminho de procura. Deus habita-nos, porque nos ama, e nós estamos em constante procura porque nos afastamos d’Ele. Quantas vezes procuramos Jesus onde Ele não está. E, porque O não vemos, desistimos no caminho e caímos, desanimados e desiludidos com a vida. Para O encontrar é preciso subir para a barca da Palavra e procurá-l’O na simplicidade da vida, do outro lado.
Por vezes vivemos preocupados em saber quando Jesus chega, ou como chega à nossa história. Temos sede de respostas às nossas perguntas, porque não damos espaço à novidade, ao milagre, ao silêncio de Deus. Tudo tem que estar dentro dos limites da nossa razão, da nossa lógica… mas o mistério de Deus não cabe nas nossas medidas, a Sua medida transborda os nossos limites.

Trabalhai pelo alimento que dura até à vida eterna
Mas porque procuramos Jesus? O que nos atrai neste homem de vida itinerante, que questiona o nosso comodismo espiritual? Ele toca-nos, marca-nos, imprime em nós o selo do amor. Não mais somos os mesmos quando fazemos experiência de Deus. Não mais somos os mesmos quando bebemos da água da vida e comemos do Pão do Céu. Que adianta procurar outras fontes, se só Jesus Cristo nos refresca verdadeiramente e nos dá novo vigor? Em tempo de férias, urge também trabalhar pelo alimento que dura até à vida eterna.
Que sementes lançar para colher o tal alimento que não se perde? Amar implica esforço, passar ao outro lado do mar, remar contra ventos e tempestades, oferecer a outra face, sentir o pó do caminho, subir ao monte…trabalhar pelo alimento que dura e não se perde. Só o amor dura, porque o amor jamais passará!

Que milagres fazes Tu?
É tal a nossa falta de fé que ainda nos atrevemos a questionar a verdade de Deus… que faz Ele de especial, afinal, para que possamos acreditar nele?... Como se dar-se plenamente a nós, em Pão e Palavra… em substanciosa Vida, fosse pouco, ou não nos fosse suficiente! A eucaristia é o milagre de Deus. No Pão descido do Céu está a verdadeira vida, o único alimento que sacia as nossas procuras. Na eucaristia, é Deus Quem nos procura. Ele que se dá em alimento, tem fome da nossa fome d’Ele. O amor compassivo de Deus é o milagre do encontro. Quando saboreamos este mistério, a sede torna-se abraço e a procura transforma-se em pedido: Senhor, dá-nos sempre desse pão. E isso, caros amigos e amigas, é Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Preciso de dar vigilância constante às motivações que me aproximam de Jesus.


REZAR A PALAVRA
Senhor, hoje confrontas-me com esta inadiável questão:o que busco em Ti?
Será que me sirvo de Ti como um trampolim para ambições humanas?
Será que invisto a fé numa superstição que te aplaca, mas não me implica?
Aqui, frente aos teus olhos, leio e saboreio a sedução da eternidade, no agora.
Tu sabes o que há em mim, e a tua mensagem é desafio de plenitude até Ti!
Tu és o motivo da minha fome, porque só Tu és a consumação da minha vida.
Hoje quero comungar o teu amor como o alimento sem prazos de validade,
quero aproximar os meus sonhos dos teus, até uma sintonia perfeita,
quero ser eucaristia contigo, num mundo onde as fomes hesitam para onde ir... 

Nenhum comentário: