terça-feira, 30 de outubro de 2012

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Grande entrevista


A Irmã Esperança, fez os seus Votos Perpétuos na Congregação das SFRJS no passado dia 30 de outubro. O Sementinha decidiu fazer-lhe uma grande entrevista que podes ler aqui na íntegra:

- CARISMA
SEM - De que forma é que a Irmã sentiu o apelo de Deus para a Vida Consagrada? E, mais concretamente na vivência deste carisma?

IRMÃ ESPERANÇA - O apelo de Deus para eu seguir a vida consagrada surgiu através da minha escuta interior, após ter testemunhado a profissão religiosa de uma irmã de uma outra congregação. Pois, o desejo de seguir Cristo pobre e obediente não foi fácil, isto é, passei por uma grande luta interior, nomeadamente no que diz respeito à inevitável separação dos meus familiares para ser acolhida numa outra família, a família espiritual. Assim, na vivência quotidiana deste carisma continua a cativar-me a adoração à santíssima eucaristia, uma vez que foi esse amor que me levou um dia a arriscar segui-Lo para anunciar o Seu Evangelho.

- VOTOS PERPÉTUOS
SEM - Nesta sua entrega ao chamamento de Deus, pensa que professar os votos perpétuos é continuar a acolher o projeto que Ele tem para si, na construção da sua felicidade, num sinal de entrega permanente?

IRMÃ ESPERANÇA - Nesta minha entrega ao chamamento de Deus, penso que professar os votos perpétuos não é mais que continuar a acolher com todo o entusiasmo o Seu projeto para mim num sinal de entrega total e permanente. É como fazer uma aliança com Deus, de dar uma resposta ao Deus-Amor, na tentativa de construir um mundo melhor tendo por base os interesses Dele e não os meus!


- MISSÃO/ EVANGELIZAÇÃO
SEM - Numa altura, em que se fala tanto na crise de valores na igreja e na sociedade, de acordo com a sua vivência pessoal como SFRJS, que opinião manifesta sobre o sentido de “ser cristão hoje”?

IRMÃ ESPERANÇA - Na minha vivência como SFRJS sinto que temos que lutar diariamente por este sim, que um dia dissemos, como se de uma campanha de vacinação se tratasse. Não devemos alegar a falta de tempo ou outras desculpas para darmos o nosso testemunho de vida e de fé para atrair os cristãos que possam andar perdidos dos caminhos do Senhor. Por isso, anunciar a Boa Nova deve sempre reger o nosso pensamento e o nosso coração mesmo para os cristãos de hoje.


- JOVENS
SEM - A menos de um ano das JMJ no Brasil, que gostaria de dizer, a nós jovens, no que respeita às diversas vocações, nomeadamente de que modo, é que a igreja nos poderá seduzir num mundo cheio de tantas tentações? No seu entender esta matéria é ainda um assunto tabu entre os jovens?

IRMÃ ESPERANÇA - Se olharmos para a juventude de ontem, e para a juventude do hoje podemos verificar que falar de vocação é falar de um desafio para eles. Esta temática pode ser um bicho de sete cabeças, se considerarmos em primeiro lugar a separação da família, da vida mundana e de tantas outras tentações, que a igreja não condena mas orienta para outras estradas… Porém, penso que na atualidade este assunto das vocações já não é tabu para a maioria dos jovens devido à informação que têm, no entanto, pode surgir no grupo de amigos um certo desconforto e falta de sensibilidade de acolher muitas vezes os jovens que decidem enveredar pela vida religiosa ou sacerdotal. Assim, porque não apelar à motivação dos jovens na entreajuda perante estas escolhas mais difíceis, se assim se poderá dizer, uma vez que não são tão comuns como o matrimónio, por exemplo.


- ORAÇÃO
SEM - Para concluirmos esta grande entrevista, qual é a sua opinião sobre a anorexia dos cristãos? Isto é, que impedimentos pensa existirem para que a maioria dos cristãos não alimente a sua fé, a sua espiritualidade, através da oração no quotidiano da sua vida pessoal e profissional?

IRMÃ ESPERANÇA - Penso que nos devemos alimentar da palavra de Deus, pois é Ela o verdadeiro alimento, para que não fiquemos doentes e possamos desta forma ficar anoréticos…Que a sua palavra venha curar as nossas fraquezas e nos faça crescer no bem fazer, nas boas obras, nas boas ações e na ajuda aos irmãos que mais precisam. Um dos impedimentos “à alimentação” da fé da maioria dos cristãos reside na fraqueza espiritual na oração, ou seja, há uma passividade quotidiana na dedicação pessoal e profissional a Deus por intermédio da oração.

XXX Domingo Comum B


Naquele tempo, quando Jesus ia a sair de Jericó com os discípulos e uma grande multidão, estava um cego, chamado Bartimeu, filho de Timeu, a pedir esmola à beira do caminho. Ao ouvir dizer que era Jesus de Nazaré que passava, começou a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim». Muitos repreendiam-no para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem piedade de mim». Jesus parou e disse: «Chamai-o». Chamaram então o cego e disseram-lhe: «Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar-te». O cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus. Jesus perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?». O cego respondeu-Lhe: «Mestre, que eu veja». Jesus disse-lhe: «Vai: a tua fé te salvou». Logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.

Caros amigos e caras amigas, no início da vivência do Ano da Fé, esta cena surge-nos como uma oportunidade para aferirmos a nossa resposta ao dom e ao desafio do nosso batismo, é um convite à peregrinação, é uma interpelação à sede da luz…

…pedir esmola à beira do caminho
O texto começa por descrever a situação do pobre cego, imerso na passividade. Está parado, dependente e insuficiente. Está à beira do caminho, e ali podia continuar, assistindo ao rumor da multidão que passa, não lhe interessando quaisquer sons, senão o das moedas a tilintar na escudela. Podemos reconhecer-nos neste cego, parado e pedinte, porque sabendo nós bem como é preciosa a visão, não é tão óbvio atinar que tenhamos falta dela. Podemos até conviver bem com a cegueira, ancorados à noite, ou à fixidez dos nossos critérios, vivendo a vida que nos sobra dos outros, dependentes do que o movimento dos outros nos dita, abrigados sob a capa de tantas escravidões. A visão traz-nos desafios; levantar-nos e atirar com a capa, exige coragem!
Jesus caminha, o cego está à beira do caminho. É cego, mas um sentido ele tem: “ouviu”. “Ouviu dizer”, talvez também tenha ouvido caminhar. E àquele homem, que ouve e lê o som dos passos de Jesus, deixam de bastar as esmolas da terra, o caminhar dos outros e o negrume da noite. Tudo começa com a escuta atenta. Se ouvimos o som dos passos de Jesus, pode acontecer que o nosso coração comece a bater em uníssono com o seu ritmo caminhante. Jesus é o divino viandante que convoca a nossa capacidade de locomoção. Ele é Aquele que questiona a nossa inércia. Ele é Aquele que traz a luz e alvoroça a noite. Ele é o único que tem a meta!

Um grito e um salto
A decisão do cego move-se entre atitudes controversas com as quais também nos podemos identificar. Ordenavam-lhe que se calasse. Controlam a agenda de Jesus, fazem a triagem sobre quem deve ou não “incomodar” Jesus e quando. Mas todo o ser humano deve ter espaço para um grito e um salto que chegue ao céu. Se Jesus é Aquele que caminha sempre e que responde a uma urgência, Ele nunca leva pressa. A urgência de Jesus é cada um de nós, porque é a urgência do amor, a única urgência da vontade do Pai: salvar-nos, convidar-nos a fazer caminho. Jesus gosta de ser incomodado. A melodia de uma caminhada deve ser embelezada com pausas e com o contraponto de encontros, harmonizada com mediações. Jesus diz: “Chamai-o”… a divina delicadeza de nos fazer participantes dos seus milagres! Em cada um de nós Ele delega um detalhe da sua missão salvadora. Somos portadores da mensagem que é segredo da salvação. Não são os nossos gestos que salvam, mas têm a missão de apontar a salvação: “Coragem! Ele está a chamar-te”.

Vai: a tua fé te salvou
Mas o grito do cego não vai logo direto ao assunto, parece ser ambíguo: “Tem piedade de mim!” é um pedido que pode ter muitas leituras. Não queria ele a visão? Porque rodeia? O cego não apresenta a Jesus uma cegueira localizada, mas o complexo de cegueiras de todo o seu ser. É este o segredo da fé: lançar-nos por inteiro nas soberanas e sapientes mãos de Jesus. O cego não deu instruções de cura ao curador… mas confiou. Porém, bem sabia qual era o seu ponto fraco… Os milagres de Jesus são milagres porque demandam fé, uma confiante entrega. Não há automatismos. A fé é a porta que abre a salvação! Quando alguém recupera a vista não mais quer perder a luz, por isso o cego seguiu Jesus, seguiu a fonte da Luz.
Caros amigos e amigas, há homens e mulheres sentados à beira do caminho que leva a Jerusalém. A sede encardida à beira da fonte, os passos cativos à beira do caminho, os olhos vedados sob o calor da luz. E a interpelação da nossa fé tem de nos levar a ter e a dar coragem pois há um chamamento, há Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Vou estar atento às passagens de Jesus pela minha vida mesmo quando me encontro à beira do caminho.


REZAR A PALAVRA
Senhor, sentado na berma da vida, aqui onde a história revela o meu nada,
grito a sede que me sufoca, pois não sei calar a necessidade que tenho de Ti.
Senhor, sentado à beira do caminho, aqui onde a sombra revela a solidão,
espero a luz que rompe a minha dúvida e ao procurar-Te sei-me procurado...
Quero ver-Te, Senhor, quero abraçar a vida, sentir a cor e saborear a luz!
Quero ver-Te, Senhor, quero deitar fora a escravidão e fazer caminho!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

15 outubro 2012 - SerClave - RTP Madeira

15 outubro 2012 - MADEIRA VIVA - Entretenimento - RTP

XXIX Domingo Comum B


Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir». Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?». Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o baptismo com que Eu vou ser baptizado?». Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis baptizados com o baptismo com que Eu vou ser baptizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».

Caros amigos e amigas, Jesus Mestre, apresenta-nos neste domingo uma aula sobre qual o melhor lugar que nós devemos ocupar no Seu Reino. Nele aprendemos a servir e não a ser servidos.

Queremos que nos faças o que Te vamos pedir
Tiago e João aproximam-se de Jesus, desta vez para uma missão especial. Não pretendem esclarecer alguma dúvida, ou pedir algum ensinamento. Não buscam sentido para as suas preocupações ou consolo no seu caminho espiritual. Aproximam-se de Jesus para pedir. Mas é curioso este pedido dos discípulos, um pedido imperativo, em forma ordem: “queremos que nos faças!”. Jesus vai ter mesmo que lhes obedecer, vai ter mesmo que ceder ao ditoso pedido?… Podemos, queridos amigos, questionar também o que nos move quando nos aproximamos de Jesus. Não faremos d’Ele um hipermercado de favores, ou uma farmácia espiritual? Diariamente apresentamos ao Senhor o nosso currículo espiritual e, com ele, um leque de pedidos para que nos dê emprego no Seu Reino, bem perto Dele, porque temos sede e encontramos nele a fonte da felicidade. Mas nessa “conquista”, que não nos pertence mas é dom da misericórdia de Deus, que lugar ocupamos e desejamos em relação aos irmãos? Quando Deus está no centro da nossa vida, devemos vigiar para que não nos tornemos nós o centro. Urge cuidar o sentido do nosso estar, face a Deus e aos outros, para que Deus continue a ser a meta e nós caminhemos lado a lado, em comunhão fraterna e dinâmica.

Não sabeis o que pedis
O pedido, que afinal parece ser uma ordem, é bem concreto, mas não corresponde ao verdadeiro anseio de Tiago e João. Afinal, quereriam estar ao lado de Jesus ou à frente dos outros dez? Desejavam gozar da presença de Jesus, estar perto, beber realmente o Seu cálice, ou colocar-se em destaque perante o grupo? Ansiavam ter os mesmos sentimentos de Jesus, escutá-Lo, servi-Lo, ou ser servidos?
Também nós não sabemos o que pedimos quando nos aproximamos de Jesus. Todos, de uma forma ou de outra, queremos chegar à frente, ser melhores, estar acima, em destaque, nem que seja através de uma “falsa” humildade… Cuidemos os nossos pedidos, dispamo-nos de “segundas” intenções. Sejamos transparentes na nossa relação com Deus, connosco e com os irmãos. Na corrida da vida, queremos ser mais com os outros ou mais que os outros? A competição sem medida, a inveja e a calúnia são sementes que destroem a comunidade. Somos medidos pelo quanto amamos. Aprendamos a pedir…aprendamos a amar…

Servir e dar a vida
Deus propõe-nos um lugar, um espaço, uma missão. Não são os nossos pedidos que definem o nosso lugar, pois “não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi…(Jo15)”.
Quem se deixa escolher por Deus, coloca-se aos pés, pois foi esse o “lado” que Jesus escolheu. Somos convidados a ser eucaristia, a servir. O poder dos cristãos é o amor. Nele somos escravos e servos, não chefes nem grandes. Quem ama oferece, em vez de pedir. Quem ama dá a vida, em vez de a regatear. O cristão não está à direita nem à esquerda, mas deseja estar aos pés de Jesus para escutar e aos pés do irmão para servir. Nesse lugar está o Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Vou indagar cuidadosamente as motivações que me levam a “estar perto” de Jesus.

REZAR A PALAVRA

Senhor, abre os meus olhos à deslumbrante beleza do teu caminho de servo.
Admite-me à grandeza deste Reino onde se reina por servir, 
a este banquete de quem se alimenta apenas do teu amor e fica saciado.
Que não haja em mim a inveja que corrompe, mas a bondade que acolhe;
que não haja a competição que despedaça, mas a alegria que constrói;
que não haja a ambição que cega, mas a humildade que alarga o coração.
Coloca-me, Senhor naquele “lado” onde a tua vontade me espera.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ano da Fé!


XXVIII Domingo Comum B


Naquele tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d’Ele e perguntou-Lhe: «Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?». Jesus respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Tu sabes os mandamentos: ‘Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe’». O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude». Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me». Ouvindo estas palavras, anuviou-se-lhe o semblante e retirou-se pesaroso, porque era muito rico. Então Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!». Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode então salvar-se?». Fitando neles os olhos, Jesus respondeu: «Aos homens é impossível, mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível». Pedro começou a dizer-Lhe: «Vê como nós deixámos tudo para Te seguir». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: Todo aquele que tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras, por minha causa e por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais, já neste mundo, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, juntamente com perseguições, e, no mundo futuro, a vida eterna».

Caros amigos e amigas, poderíamos ler o Evangelho de modo que as palavras de Jesus continuassem a admirar-nos, a perfurar-nos, a obrigar-nos a opções concretas para a vida, tantas vezes deixada ao sabor do imediato! Todos temos anseios de bem e de beleza. Mas que bem é que buscamos?

Porque me chamas bom?
A pergunta de Jesus soa-nos estranha. Então Ele não é bom?! Provavelmente aquele jovem busca Jesus como se fosse mais uma peça para adicionar à sua coleção de “valores”. Jesus desengana-lhe a perspetiva, deixando a Deus a exclusividade do adjetivo bom. Se não há Deus, não há bom, porque é Deus que dá o valor e a bondade ao bem… mesmo ao cumprimento dos mandamentos! Jesus desconcerta as nossas noções de bondade, epidérmicas, relativas e viciadas. Ele mostra-nos que a bondade se situa num patamar que nos obriga a uma “peregrinação”, ao mesmo tempo gozosa e dolorosa. Jesus, assim buscado pelo jovem, não fica bem entre o mofo das suas coleções, como soma do seu património. Jesus não pode ser buscado como mais um, Ele é a peça que completa, a única que falta e a que dá valor a tudo o mais.

Faltava-lhe uma só coisa
Uma coisa? Mais nada?! Faltar uma só coisa é fácil, pensará este jovem, certamente bem intencionado, que já conseguiu tantas “coisas”! E depois depara-se com a realidade: o que lhe falta é realmente tudo.
Nós queremos ter tudo e… ter Deus também, não propriamente que Deus nos tenha. E depois acabamos por ficar possessos dos bens. O jovem mostrou que, mais do que possuir bens, eram os bens que o possuíam, pois não o deixaram desprender as asas. Jesus convida-nos a alargar os horizontes das nossas ambições e dá-nos o segredo para ter tudo: abandonar-nos a Deus. O reconhecido “gestor de bens” S. Francisco de Assis, confirma a receita: “Nada de vós mesmos retenhais para vós, a fim de que totalmente vos possua Aquele que totalmente a vós se dá”. Possuir Deus é deixar que Deus me possua e me ame, ainda que tenha de vender e dar. E isso não é empobrecer, é a inteligência de desobstruir o caminho para o amor de Deus. É apenas do colo de Deus que manam os bens de primeira necessidade… a vida e o amor. Cingidos a Ele é possível agarrar a luz de cada dia, resplandecer com o olhar do outro, partilhar a riqueza da terra, navegar nos mares das relações, sorver a beleza que nos envolve, sorrir a um universo inteiro, abrigar-se sob o azul do céu, saciar-se da alegria… Tudo isso e mais… não pode ser pago com qualquer riqueza: é a conta de um amor exorbitante.

Um tesouro único, neste olhar único
É difícil de ouvir a Jesus que ninguém se pode salvar. E nós achamos que sim, que controlamos a nossa salvação, com alguma reserva de valor. Até o espontâneo Pedro, depois de tudo que ouviu, faz notar a Jesus o seu despojamento para O seguir, como se essa fosse ainda uma moeda de troca para outra recompensa, como se estar com Jesus não fosse bastante, como se Ele não fosse a saciante recompensa!
Por duas vezes neste texto o olhar de Jesus irrompe como um fogo. Amigos e amigas, como posso não me deixar possuir por este olhar único, que repara em mim, não me ignora, acredita em mim e me promove? Este olhar contém as possibilidades de todos os impossíveis; é o olhar do Criador que vê o bem, que se deleita na sua obra, que não cessa de embelezar e enriquecer o meu ser e que quer fazer de mim o seu Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Vou parar para descobrir onde está o meu tesouro e o que está contido nele.


REZAR A PALAVRA
Senhor, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna? Como chegarei à felicidade?
Embala-me uma sede infinita de paz, uma vontade firme de ser melhor,
 o desejo da eternidade. Procuro em Ti esse caminho, a receita, o segredo do amor!
Entregas-me a proposta do deixar, da partilha, do ter-te como único tesouro.
Lanças-me o desafio sempre novo da renúncia, porque só Tu me podes bastar.
E eu, talvez triste, fixo-me no que deixo, e não olho ao que ganho, com o Teu abraço!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

XXVII Domingo Comum B


Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus uns fariseus para O porem à prova e perguntaram-Lhe: «Pode um homem repudiar a sua mulher?». Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?». Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio, para se repudiar a mulher». Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei. Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto. Jesus disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério». Apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas. Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele». E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.

Fiel ao amor do Pai, Jesus bebe dessa fonte de bem e ensina-nos, neste Domingo, a beleza e o desafio da comunhão. Num convite a derrubar a dureza do nosso coração, o Senhor apresenta o amor fiel como caminho simples e verdadeiro para a felicidade.

Dureza do vosso coração
Jesus, mestre supremo, acolhe as dúvidas e preocupações dos fariseus como ponto de partida para uma catequese sobre o respeito e a comunhão. O projeto original de Deus convida à fidelidade e à igualdade de direitos. Confrontado com a questão do repúdio das mulheres, inscrita na lei, não pela sua essência mas pela dureza do coração dos homens, Jesus propõe a aliança como caminho e meta. Deus quer uma vida mais digna e segura para as esposas mal tratadas pelo homem que se foi baseando na lei da superioridade masculina. Hoje, seguidores de Jesus Mestre, não podemos legitimar nada que promova a discriminação ou exclusão da mulher. Jesus continua a propor-nos que renunciemos à “dureza do nosso coração”, impermeável à bondade e ao diálogo.

Não separe o homem o que Deus uniu
Falar de fidelidade, de compromisso, parece já não ser tema. Também no tempo de Jesus surge a necessidade de recordar a importância da união matrimonial. Se acreditamos que Deus nos ama e em tudo concorre para nosso bem, porque tendemos a destruir o que pelas Suas mãos constrói? Porque teimamos em separar o que Ele uniu? Ou não foi Ele que criou os laços que nos pertencem?
Podemos considerar o amor espontâneo, como algo que vem e vai, sem raiz, em que a primeira tempestade deita por terra o pouco que foi construído. Será esse o amor que Deus derrama em nossos corações?
Podemos afirmar que o casal não se basta a si e é sempre natural encontrar fora dele, algo mais que sacie os seus desejos pessoais. Será essa a fidelidade que o Senhor nos ensina?
O amor verdadeiro, que se prova na dúvida, na dor e no tempo, jamais passará. É esse o único amor. Aquele que permanece na tempestade, porque enraizado numa relação a três: ele, ela e Deus. Quando Deus constrói o amor, ele permanece. Quando não há Deus, também não há amor…

Deixai vir a mim as criancinhas
Tal como os discípulos, também nós estorvamos, por vezes. Não somos sinal, instrumento que conduz a Deus. Interrompemos a corrente de amor, que nasce do coração de Deus, com os nossos julgamentos, desejos e interesses. Esquecemos o diálogo como fermento de comunhão. Esquecemos o olhar, como estrada para o perdão. Esquecemos o abraço, como porta do coração. Esquecemos a palavra dada, o compromisso, o fulgor e a paixão do início, porque deixamos o nosso coração de pedra ficar de plástico para ser deitado fora. Aprendamos com Jesus, a simplicidade das crianças, o acolhimento, a fidelidade. Aprendamos com Jesus a construir um coração de carne, atento, fiel. Sejamos crianças, dóceis, sedentas do verdadeiro amor que nos faz crescer. Sejamos crianças, sinceras, transparentes, fiéis ao amor. Sejamos Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Vou procurar encarnar o espírito de simplicidade e verdade, para acolher Deus e os irmãos.

REZAR A PALAVRA

Pai amoroso e fiel, mistério de Pai e de Mãe, que nos abraças no teu amor,
Tu colocaste no homem e na mulher o teu património de vida
e, na verdade da sua relação, a expressão do teu amor fecundo,
Te damos graças porque, em Jesus, celebras os esponsais com a humanidade.
Que os conjuges, na sua idividualidade conjugada, proclamem
a beleza do teu amor, a solidez da tua fidelidade e a fecundidade da tua vida.
Que cada um de nós, abraçando a simplicidade da infância,
possa ser intérprete, junto dos irmãos, do Teu acolhimento e entrega.

SÃO FRANCISCO DE ASSIS

terça-feira, 2 de outubro de 2012

(Nova) Evangelização


Adjetivo «nova» pode trair a evangelização

D. António Couto vai participar, neste mês de outubro, no Sínodo dos Bispos

Agência ECCLESIA | D. António Couto
D. António Couto vai participar, durante este mês de outubro, no Sínodo sobre a nova evangelização. À Ecclesia, o presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização revela o que conta dizer aos bispos de todo o mundo, reunidos em Roma: a fidelidade a Jesus Cristo é a chave para o sucesso e a Igreja deve viver sempre em sínodo.

Ecclesia – O que significa a expressão “nova evangelização”?
D. António Couto – Se o soubéssemos já não seria necessário fazer o Sínodo. Penso que é mesmo por não sabermos o que é e sobretudo como fazer a nova evangelização que o Papa convocou este Sínodo!

E – A expressão está em debate agora. Foi lançada por João Paulo II em 1979. Daí para cá o que aconteceu?
DAC – A expressão já existia nas igrejas da América Latina da década de 70, tendo sido consagrada por Puebla. Mas foi, de facto, o Papa João Paulo II em 1979, na Polónia, que lançou pela primeira vez essa expressão, sem ainda lhe dar conteúdo. Depois, em 1983, em Porto Príncipe, no Haiti, na abertura da V Conferência do Episcopado Latino-americano, o Papa explicou um pouco, falando de “novas expressões, novos métodos, novo ardor”.  Ficou mais clarificado que era necessária uma nova forma de estar no mundo, mais enérgica, com novas metodologias. Creio que ele não quis dizer que era necessário inventar coisas novas, nem em termos de métodos nem de expressões, porque essas estão mais do que consagradas no Evangelho. O Evangelho de Jesus, como Ele o diz e o faz acontecer, é a metodologia mais revolucionária que conheço!

E – Em que consiste?
DAC – É a metodologia direta, de um verdadeiro líder! Ele não diz: “este é o caminho, sigam…”. Ele faz o caminho, vai à frente, as pessoas seguem-n’O e aprendem com Ele. É, ao mesmo tempo, uma escola, um trabalho, uma missão, uma vocação.
Esta metodologia supõe uma Igreja com bons líderes, do clero e dos leigos, que levem outras pessoas com eles, que não indiquem caminhos abstratos às pessoas, mas que caminhem com elas.

E – Aí estará a verdadeira transformação a fazer?
DAC – A verdadeira transformação tem de começar pelo sujeito da evangelização. Não tanto pelo destinatário.
Quem faz a evangelização – os bispos, os sacerdotes, os leigos e todos os que estão empenhados no Evangelho – tem de começar por uma grandíssima reforma de vida, uma grandíssima conversão ao estilo de Jesus. Jesus era um homem feliz, pobre, despojado, ousado, próximo e dedicado. Esse tem de ser o estilo do evangelizador. Se nós tivermos evangelizadores assim, audazes, testemunhas verdadeiras, pura transparência de Jesus Cristo, não tenho dúvidas que a mensagem passará. Se formos desfigurados e nosso rosto não for o de testemunhas verdadeiras, se não for claro que seguimos a mensagem que Ele nos deixou, o Evangelho não passa e continuará a não passar.

E – É isso que tem feito com que muitos projetos de nova evangelização tenham falhado, ao longo dos últimos anos, e faz com que o “Instrumento de trabalho” deste Sínodo peça que se percebam as razões que levaram muitas iniciativas o não produzirem o “êxito esperado”?
DAC – Creio que sim. Nós temos de perguntar porque é que Jesus teve o sucesso que teve, porque é que S. Paulo teve o sucesso que teve e nós não! Nós temos mesmo de olhar para isso!
Paulo era uma pessoa completamente vinculada a Jesus Cristo. E Jesus Cristo completamente vinculado ao Pai. A autoridade e a novidade de Jesus não era tanto fazer o que fazia porque tinha grande capacidade, mas porque só dizia o que ouviu dizer ao Pai e só fazia o que viu fazer o Pai. Aqui está a autoridade e a novidade de Jesus e de S. Paulo.

E – Anunciando como S. Paulo nas primeiras comunidades cristãs…
DAC – Como S. Paulo e como Jesus. Também arriscando a vida! Não pode ser um jogo virtual ou à defesa, de quem avança um passo mas recuando dois. Tem de ser de quem avança perfeitamente vinculado a Jesus, sabendo que o que vai fazer o faz em nome de Jesus. Não vale a pena fazer em meu nome, porque se o quiser fazer em meu nome terei o sucesso que habitualmente tenho, que não é grande coisa.
Às vezes aquele “novo” da nova evangelização, o adjetivo novo (os novos métodos, novo ardor, novas expressões), o “novo” às vezes trai-nos.  Não precisamos de ser novos noutra dimensão. Temos de ser novos com Jesus. Diria mesmo: novos como Jesus foi, completamente novo no seu tempo.
O nome novo da novidade chama-se “fidelidade”. Sermos completamente fiéis a Jesus Cristo, ao modelo, à sua vida. É por aí que passará uma nova maneira de presença cristã no mundo.
Eu gosto de dizer e costumo dizer que o anunciador é aquele que está completamente vinculado a quem o envia. E é em nome de quem o envia que ele vai, para dizer exatamente aquilo que quem o envia o manda dizer e ao jeito de quem o envia.
É assim que Jesus faz, ao jeito do Pai e em nome do Pai; e é assim que nós devemos fazer, ao jeito de Jesus e em nome de Jesus.

E – Será por isso que muitas iniciativas não tiveram o “êxito esperado”, nas últimas décadas?
DAC- Creio que sim. O problema não estará tanto do lado das pessoas que não querem ouvir, mas no nosso lado, que anunciamos em nome próprio, juntamos as nossas opiniões, damos uns retoques de última novidade.
Como anunciadores, podemos estar sempre ocupados com as últimas novidades, com as últimas fórmulas. E preocuparmo-nos demasiadamente com isso e pouco com o fundamento que é Jesus Cristo. E esse fundamento não muda!

E – Poderá induzir em erros, assim, a expressão “nova evangelização”?
DAC – Se acentuarmos demasiadamente o novo, sim.
Mas pode querer significar – e creio que foi com essa intenção que o Papa João Paulo II a lançou e Bento XVI a relança – que nós tomemos consciência, que a Igreja tome consciência, que os cristãos tomem consciência, que não podemos continuar com um estilo “tu cá tu lá”, “assim e assim”, mas temos de nos agarrar completamente a Jesus Cristo.
Por outro lado, quando se diz nova evangelização é com a ideia de olhar sobretudo para o Ocidente descristianizado, assético, indiferente, anestesiado, que anda por aí adormecido e é preciso acordá-lo também para o Evangelho de Jesus. Por isso é preciso nova força, nova dinâmica, nova capacidade de nos colarmos mais a Jesus Cristo para sermos capazes de levar a Sua mensagem às pessoas de hoje, quer às crentes que precisam de ser confirmadas e formadas na sua fé, quer àquelas que não acreditam ou que nunca foram despertadas para isso e que nós também temos de abordar.

Em Igreja
E – Anunciar desse jeito, desenvolver assim projetos de nova evangelização, implica uma autocompreensão diferente do que é a Igreja, nos dias de hoje?
DAC - Pode ter implicações. Tem de ser uma Igreja muito mais próxima, muito mais dedicada às pessoas, muito mais no meio das pessoas.
No “Instrumentum Laboris” do Sínodo diz-se que a paróquia é o elemento central da nova evangelização. Quando muita gente diz que a paróquia está a mais, que temos de rever o tecido paroquial, esta expressão quer dizer (ao jeito de João Paulo II que dizia que a paróquia é a casa de Deus no meio dos seus filhos e das suas filhas) que a paróquia é aquela rede de proximidade que nos pode ajudar e quase obrigar a colocar os pés no chão.
Muitas vezes não pisamos o mesmo chão lamacento que as pessoas pisam e não vamos ao encontro das pessoas. É isto que quer dizer esta forte expressão: a Igreja não pode ser aérea e etérea, mas tem de estar plantada no meio das pessoas, conhecê-las, saber que rostos têm, que sonhos têm, que problemas têm… Era o que Jesus fazia, passando pelo meio das pessoas.

E – E isso é possível concretizar-se na lógica que existe nos dias de hoje, numa rede paroquial sempre na dependência de uma pessoa, o pároco?
DAC – É óbvio que teremos de mexer nisso. Não pode ser o pároco, que não está sempre presente por ter demasiadas paróquias, mas tem de haver uma rede no terreno que assuma esse trabalho.
Depois dessa expressão, que a paróquia é o elemento central da nova evangelização, o Instrumento de trabalho do Sínodo diz que os catequistas (poderíamos falar de outros agentes de evangelização) são a “força basilar das comunidades cristãs”.
Ao dizer que são a “força basilar”, está a dizer que já não é um pároco, mas são os leigos que assumem verdadeiramente a formação das crianças e não só (porque o catequista é visto como aquela testemunha que com a sua vida já ensina, mesmo sem precisar de falar, crianças, jovens, jovens casais e idosos).
É essencial que a nova evangelização, que uma maneira nova de pensarmos as coisas empenhe verdadeiramente os leigos naquilo que estão a fazer, cheios de alegria, entusiasmo e vida nova.

E – Participa no Sínodo que decorre no mês de outubro em Roma. Que contributo espera que o Sínodo ofereça a este projeto de nova evangelização?
DAC – Espero que o Sínodo, pegando em toda a vastidão de ideias e problemas existentes e que estão reformulados no Instrumentum Laboris, seja capaz de encontrar um fio condutor com o qual possa fazer uma rede. Chamar-lhe-ia um tecido reticular, composto por fio um capaz de fazer uma rede. Esse fio tem de vir da graça de Deus, através de Jesus Cristo, o grande missionário, com o Seu rosto bem claro e bem definido em cada comunidade cristã. E que esse fio una pessoas, famílias e comunidades uma a uma e nós percebamos que desvinculados desse fio, desligados desse fio não podemos fazer nada.

E – Terá oportunidade de intervir no Sínodo. O que pensa dizer diante de bispos de todo o mundo?
DAC- Conto expressar três ideias: viver em Igreja é viver em sínodo, no caminho, na casa, reunidos, em conjunto; a Igreja é uma Igreja que anuncia, da anunciação, que anuncia completamente vinculada a Jesus, porque o anunciador não diz tanto a sua mensagem ou a sua opinião, mas diz a mensagem de quem os envia, no nosso caso a Jesus; a Igreja é uma Igreja da fidelidade, não tanto da novidade, mas indicar que a novidade é a fidelidade a Jesus.
PR
(in Agência Eclesia)