A Irmã Esperança, fez os seus Votos Perpétuos na Congregação das SFRJS no passado dia 30 de outubro. O Sementinha decidiu fazer-lhe uma grande entrevista que podes ler aqui na íntegra:
- CARISMA
SEM - De que forma é que a Irmã sentiu o apelo de Deus para a Vida Consagrada? E, mais concretamente na vivência deste carisma?
IRMÃ ESPERANÇA - O apelo de Deus para eu seguir a vida consagrada surgiu através da minha escuta interior, após ter testemunhado a profissão religiosa de uma irmã de uma outra congregação. Pois, o desejo de seguir Cristo pobre e obediente não foi fácil, isto é, passei por uma grande luta interior, nomeadamente no que diz respeito à inevitável separação dos meus familiares para ser acolhida numa outra família, a família espiritual. Assim, na vivência quotidiana deste carisma continua a cativar-me a adoração à santíssima eucaristia, uma vez que foi esse amor que me levou um dia a arriscar segui-Lo para anunciar o Seu Evangelho.
- VOTOS PERPÉTUOS
SEM - Nesta sua entrega ao chamamento de Deus, pensa que professar os votos perpétuos é continuar a acolher o projeto que Ele tem para si, na construção da sua felicidade, num sinal de entrega permanente?
IRMÃ ESPERANÇA - Nesta minha entrega ao chamamento de Deus, penso que professar os votos perpétuos não é mais que continuar a acolher com todo o entusiasmo o Seu projeto para mim num sinal de entrega total e permanente. É como fazer uma aliança com Deus, de dar uma resposta ao Deus-Amor, na tentativa de construir um mundo melhor tendo por base os interesses Dele e não os meus!
- MISSÃO/ EVANGELIZAÇÃO
SEM - Numa altura, em que se fala tanto na crise de valores na igreja e na sociedade, de acordo com a sua vivência pessoal como SFRJS, que opinião manifesta sobre o sentido de “ser cristão hoje”?
IRMÃ ESPERANÇA - Na minha vivência como SFRJS sinto que temos que lutar diariamente por este sim, que um dia dissemos, como se de uma campanha de vacinação se tratasse. Não devemos alegar a falta de tempo ou outras desculpas para darmos o nosso testemunho de vida e de fé para atrair os cristãos que possam andar perdidos dos caminhos do Senhor. Por isso, anunciar a Boa Nova deve sempre reger o nosso pensamento e o nosso coração mesmo para os cristãos de hoje.
- JOVENS
SEM - A menos de um ano das JMJ no Brasil, que gostaria de dizer, a nós jovens, no que respeita às diversas vocações, nomeadamente de que modo, é que a igreja nos poderá seduzir num mundo cheio de tantas tentações? No seu entender esta matéria é ainda um assunto tabu entre os jovens?
IRMÃ ESPERANÇA - Se olharmos para a juventude de ontem, e para a juventude do hoje podemos verificar que falar de vocação é falar de um desafio para eles. Esta temática pode ser um bicho de sete cabeças, se considerarmos em primeiro lugar a separação da família, da vida mundana e de tantas outras tentações, que a igreja não condena mas orienta para outras estradas… Porém, penso que na atualidade este assunto das vocações já não é tabu para a maioria dos jovens devido à informação que têm, no entanto, pode surgir no grupo de amigos um certo desconforto e falta de sensibilidade de acolher muitas vezes os jovens que decidem enveredar pela vida religiosa ou sacerdotal. Assim, porque não apelar à motivação dos jovens na entreajuda perante estas escolhas mais difíceis, se assim se poderá dizer, uma vez que não são tão comuns como o matrimónio, por exemplo.
- ORAÇÃO
SEM - Para concluirmos esta grande entrevista, qual é a sua opinião sobre a anorexia dos cristãos? Isto é, que impedimentos pensa existirem para que a maioria dos cristãos não alimente a sua fé, a sua espiritualidade, através da oração no quotidiano da sua vida pessoal e profissional?
IRMÃ ESPERANÇA - Penso que nos devemos alimentar da palavra de Deus, pois é Ela o verdadeiro alimento, para que não fiquemos doentes e possamos desta forma ficar anoréticos…Que a sua palavra venha curar as nossas fraquezas e nos faça crescer no bem fazer, nas boas obras, nas boas ações e na ajuda aos irmãos que mais precisam. Um dos impedimentos “à alimentação” da fé da maioria dos cristãos reside na fraqueza espiritual na oração, ou seja, há uma passividade quotidiana na dedicação pessoal e profissional a Deus por intermédio da oração.
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