quinta-feira, 18 de outubro de 2012

XXIX Domingo Comum B


Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir». Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?». Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o baptismo com que Eu vou ser baptizado?». Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis baptizados com o baptismo com que Eu vou ser baptizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».

Caros amigos e amigas, Jesus Mestre, apresenta-nos neste domingo uma aula sobre qual o melhor lugar que nós devemos ocupar no Seu Reino. Nele aprendemos a servir e não a ser servidos.

Queremos que nos faças o que Te vamos pedir
Tiago e João aproximam-se de Jesus, desta vez para uma missão especial. Não pretendem esclarecer alguma dúvida, ou pedir algum ensinamento. Não buscam sentido para as suas preocupações ou consolo no seu caminho espiritual. Aproximam-se de Jesus para pedir. Mas é curioso este pedido dos discípulos, um pedido imperativo, em forma ordem: “queremos que nos faças!”. Jesus vai ter mesmo que lhes obedecer, vai ter mesmo que ceder ao ditoso pedido?… Podemos, queridos amigos, questionar também o que nos move quando nos aproximamos de Jesus. Não faremos d’Ele um hipermercado de favores, ou uma farmácia espiritual? Diariamente apresentamos ao Senhor o nosso currículo espiritual e, com ele, um leque de pedidos para que nos dê emprego no Seu Reino, bem perto Dele, porque temos sede e encontramos nele a fonte da felicidade. Mas nessa “conquista”, que não nos pertence mas é dom da misericórdia de Deus, que lugar ocupamos e desejamos em relação aos irmãos? Quando Deus está no centro da nossa vida, devemos vigiar para que não nos tornemos nós o centro. Urge cuidar o sentido do nosso estar, face a Deus e aos outros, para que Deus continue a ser a meta e nós caminhemos lado a lado, em comunhão fraterna e dinâmica.

Não sabeis o que pedis
O pedido, que afinal parece ser uma ordem, é bem concreto, mas não corresponde ao verdadeiro anseio de Tiago e João. Afinal, quereriam estar ao lado de Jesus ou à frente dos outros dez? Desejavam gozar da presença de Jesus, estar perto, beber realmente o Seu cálice, ou colocar-se em destaque perante o grupo? Ansiavam ter os mesmos sentimentos de Jesus, escutá-Lo, servi-Lo, ou ser servidos?
Também nós não sabemos o que pedimos quando nos aproximamos de Jesus. Todos, de uma forma ou de outra, queremos chegar à frente, ser melhores, estar acima, em destaque, nem que seja através de uma “falsa” humildade… Cuidemos os nossos pedidos, dispamo-nos de “segundas” intenções. Sejamos transparentes na nossa relação com Deus, connosco e com os irmãos. Na corrida da vida, queremos ser mais com os outros ou mais que os outros? A competição sem medida, a inveja e a calúnia são sementes que destroem a comunidade. Somos medidos pelo quanto amamos. Aprendamos a pedir…aprendamos a amar…

Servir e dar a vida
Deus propõe-nos um lugar, um espaço, uma missão. Não são os nossos pedidos que definem o nosso lugar, pois “não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi…(Jo15)”.
Quem se deixa escolher por Deus, coloca-se aos pés, pois foi esse o “lado” que Jesus escolheu. Somos convidados a ser eucaristia, a servir. O poder dos cristãos é o amor. Nele somos escravos e servos, não chefes nem grandes. Quem ama oferece, em vez de pedir. Quem ama dá a vida, em vez de a regatear. O cristão não está à direita nem à esquerda, mas deseja estar aos pés de Jesus para escutar e aos pés do irmão para servir. Nesse lugar está o Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Vou indagar cuidadosamente as motivações que me levam a “estar perto” de Jesus.

REZAR A PALAVRA

Senhor, abre os meus olhos à deslumbrante beleza do teu caminho de servo.
Admite-me à grandeza deste Reino onde se reina por servir, 
a este banquete de quem se alimenta apenas do teu amor e fica saciado.
Que não haja em mim a inveja que corrompe, mas a bondade que acolhe;
que não haja a competição que despedaça, mas a alegria que constrói;
que não haja a ambição que cega, mas a humildade que alarga o coração.
Coloca-me, Senhor naquele “lado” onde a tua vontade me espera.

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