quinta-feira, 2 de maio de 2013

VI Domingo Páscoa C




Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse. Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. Ouvistes que Eu vos disse: Vou partir, mas voltarei para junto de vós. Se Me amásseis, ficaríeis contentes por Eu ir para o Pai, porque o Pai é maior do que Eu. Disse-vo-lo agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, acrediteis».

Caros amigos e amigas, no longo discurso de despedida aos seus discípulos, Jesus sublinha os elementos que identificam o crente: o amor, a escuta da Palavra do Senhor e uma vida animada interiormente pelo Espírito. Só assim seremos discípulos enamorados, livres e encantados pela vida.

“Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada”
Estas palavras soam como um bálsamo que serenam o coração e afastam qualquer perturbação. Deus não só se dá incessantemente, como anda à procura do homem para não abandoná-lo à fragilidade do barro com que foi feito.
Em Deus existe sempre este fascínio de comunhão. As palavras de Jesus revelam o eterno sonho do Criador de ser um com a sua criatura, a paixão de unir-se à humanidade. E Deus põe-se a caminho, procura casa, procura a frágil habitação da nossa vida. Porque Deus não suporta distâncias, nem gosta de portas fechadas. Prefere o coração aberto e acolhedor, onde o Espírito nos faz enamorar das palavras que preenchem a vida.

“Quem Me ama guardará a minha palavra”
Encantam-me e sufocam-me estas palavras! Afinal, Deus é uma questão de amor e de enamoramento. Algo muito diferente de deveres e de obrigações, mas alguém a quem tratar por Tu, onde se reconhece a própria origem, pertença, familiaridade.
E quem ama guarda as palavras do outro, porque essas são tesouros do seu amor. Guarda-as com carinho, conserva-as como recordação e presença, cuida delas porque animam a vida. Observar as palavras do outro é não as perder de vista, é olhá-las com amor porque preciosas e únicas, é focalizar o coração no essencial. E só Deus tem palavras de vida eterna, que duram sempre e as quais o vento não leva.
É espantoso: Deus ama-nos a tal ponto que nos autoriza também a amá-lo! A única condição para o acolher é o amor. Aqui não há convites a códigos ou regras predeterminadas. Apenas e só o amor! E assim seremos fiéis à Palavra. E assim seremos imagens, testemunhas do amor.

A paz do Paráclito
Dois são os dons do Ressuscitado: a paz e o Espírito Santo que se coloca ao nosso lado para ensinar e recordar as suas palavras, para nos consolar. É extraordinário sermos consolados pelo próprio amor! Paráclito porque é o mestre da estrada que conduz ao templo e à liturgia do coração, porque nos salva de uma vida sem amor, de palavras e de ações sem coração.
O Espírito não nos torna apenas mais próximos de Deus, mas sim mais íntimos, em Deus. E aqui há paz. Não a paz do cemitério, a paz do equilíbrio de violências ou a paz de armistícios provisórios. É a paz do dom de saber-se amado. E um coração pacificado é um coração que não se amedronta na adversidade, não desespera na dor, nem se desencoraja no cansaço. Porque é um coração que se descobre dentro do Mistério escondido do mundo, que vive da força do Evangelho!

VIVER A PALAVRA
Quero abrir-me ao amor de Deus, pela escuta e ponderação da Sua Palavra, no coração.

REZAR A PALAVRA
Ó Amor sem medida, ó Deus transbordante de amor:
Enche-me do teu Espírito e faz em mim a tua eterna morada.
Ó Sopro de Amor, destrói as inquietudes de barro que me afastam de Ti!
Vem, Espírito de verdade, e cria em mim o silêncio para escutar a tua voz.
E recorda-me as palavras que penetram o coração e preenchem a vida!
Ó Amor sem medida, ó Deus transbordante de amor:
Enche-me do teu Espírito e faz em mim a tua eterna morada.

Nenhum comentário: